Legis Ad Tempus
Sigilosamente então Teogoras conduziu John Roberts entre a sala de controle central até um dos locais de treinamento dos novos temponautas num labirinto de espelhos onde após revelar alguns segredos a ele pergunta:
- Sabe para que foi criada esta sala de espelhos?
- Seria para treino de pesperctivas e tiro para treinamento dos aspirantes a temponautas? - respondeu John Roberts
- Não apenas um jogo meu caro Roberts. Mas é o que se resume muito da realidade onde nem sempre o que aparenta não é, alguns caminhos podem ser ilusão, pois tudo no universo se resume a reflexos e ressonâncias proporcionais, ou nem tanto, mediante a precisão das forças em suas discrepâncias e torções. - respondeu Teogoras - tal como o próprio tempo.
- E quando o espelho é torto, ele reflete torcidamente este reflexo o diminuindo ou aumentando. - completou John Roberts - retorna o que lhe foi refletido sem proporção equivalente logo fugindo ao natural.
- Existem espelhos tortos no caminho, mas eles apenas torcem a realidade, não a verdade, os fatos. Não atire em ecos existenciais Roberts - disse Teogoras - às vezes seu próprio reflexo pode assusta-lo, mas assim como você erra outros também podem, veja além dos espelhos e acerte seu alvo.
- Os espelhos seriam como pessoas? - perguntou Roberts
- São consciências, John Roberts, é a percepção que se rebate, como você percebe e se percebe, cada qual reflete de forma similar, mas nunca igual nesta sala, por isso todos são diferentes, mas assim como a realidade é reflexo da verdade, estes não podem mentir, mas simplesmente torcer a verdade a rebatendo, interagindo numa contradição no máximo. - respondeu Teogoras. - Mentiras não refletem na realidade apenas se perpetuam como um meme ao contrário dos fatos...
Então ele olhou ao espelho e deu uma volta observando os demais espelhos onde reflexos dele repleto de ondulações, magro, gordo, baixo e alto surgiam assim como diversos "eus" refletidos infinitamente por entre seus corredores que deste modo se tornava fácil se perder e não encontrar saída, afinal não se poderia determinar a mera vista qual caminho era o correto, se deveria utilizar algo mais. E então Teogoras prosseguiu...
- Não devemos de modo algum alterar o passado, seria um tiro no pé de nossa própria existência - disse ele - a salvo exceções, como você, você é um Seth e independe as mudanças sempre virá a existir. Algumas coisas nem voltando ao tempo consegue se apagar, muito menos a verdade...
- Mas porque tal? - se perguntou John Roberts
- O universo necessita de constantes na inconstante, como resultante de algo maior. Você não é a perfeição, mas sim filho dela, algo concausual inexpressivel e por isso alguns desejam tanto seguir o oposto querer que você apenas dê pra trás. Mas por isso é centro da maior das histórias...
- Tal é uma condição genética? - perguntou ele.
- A maioria das vezes, mas nem sempre. De Noé a outros foram Seth, Octavios também é um seth, porém dum nível maior, Moisés era um Seth, assim como um certo "deus" egípcio, no entanto, este desviado a anomia. - respondeu ele.
- E Jesus Cristo - indagou ele são não demonstrando o sarcasmo por respeito à pessoa de Teogoras.
- Jesus Cristo é algo que não se enquadra nisto, pois estava acima de todo natural, assim não fosse não faria milagres inquestionáveis, ele curiosamente parecia acertar o ponto de anomia se submetendo a ela do qual toda repetição fora apenas um eco temporal vazio. Talvez tal explique porque morreu e ressuscitou - disse ele passando a mão na cabeça quase introspectivo. - Este ponto do espaço-tempo é de difícil visualização. - concluiu.
- Mas você é descendente da própria linhagem que protege e agora faz parte e assim com Octavios, porém ele não sabe, pois ainda não ocorreu.
- Ele não é um Seth genético. - disse John Roberts
- Não, mas tão logo seus filhos sim. - disse Teogoras - ele terá algo com um descendente sua. Sei que parece loucura, mas não é.
John Roberts virou-se ao espelho onde se viu enorme e diante de outros, vários John Roberts refletidos sucetivamente até se tornar incontáveis. Teogoras sorriu após dizer tal e assim eles sairam de lá.
Todos eles então se encontraram no local de transporte onde a sede da TEMPUS diretamente do futuro desviaria energia suficiente para o wormhole ser aberto diretamente ao passado. O prmeiro grupo formado por Octavios, Roberts e Dayane partiu enquanto o outro formado por Kaab e Hanus foi afim exterminar as anomias.
Mesmo mediante a experiência anterior de muitos deles obviamente a tensão era evidente pelo fato de ser algo que provocava sensações muito estranhas tanto que muitos sofriam de males como a narcose temporal.
Eles se posicionaram diante de Teogoras e o assistente técnico quando um zunido começou a ecoar forte em seus ouvidos e uma torção azulada surgiu criando ecos e como um buraco fez com que a aparência deles se alongassem como se fossem elástico dando oscilações que tornava visível até mesmo os ossos deles e então desapareceram diante de seus olhos.
Ao surgirem no local coberto por uma escassa vegetação típica de florestas equatoriais, onde o horizonte vazio e ausente de qualquer construção onde um dia seria uma cidade parecia revelar ser um lugar comum, onde eventuais sons de pássaros e outros ruídos ocorriam. Tão logo que se passou a náusea provocada pelo transporte de deslocamento a barreira espaço-temporal Octavios imediatamente se focalizou no visor para procurar a anomia biológica subterrânea que se estenderia por vários quilômetros abaixo deles. Rapidamente procuraram uma abertura por alguma fenda no solo, uma caverna que desse acesso a estes subterrâneos. Rapidamente Dayane Conrad lembrou a eles que tal lugar era próximo a uma das primeiras colônias inglesas na América do Norte que teria tido um fim rápido e misteriosamente insolúvel.
- Fizemos algumas leituras deste ponto do espaço-tempo que, no entanto, nunca havíamos estudado antes. - disse Dayane - talvez o fim desta colônia tenha alguma ligação com esta anomia de acordo com leituras realizadas e que sugere uma assinatura de consciência quântica similar a um dos desaparecidos dentre os cinco do futuro.
- Mas nosso foco não é intervir no incidente de Croatoan - disse Octavios - mas sim destruir a anomia subterrânea. O Macro-vírus.
- Evidentemente - responde ela - porém, entraremos em contato com a conorte afim de possíveis mudanças na missão dependendo do grau de influência da anomia neste incidente.- completou ela enquanto junto aos demais se dirigiam a uma pequena caverna que daria acesso ao local.
- É aqui. - respondeu Octavios olhando para o visor de quantum, enquanto John Roberts com uma pistola sônica olhava ao redor pela vegetação.
- Tenho a impressão de que estamos sendo observados - disse ele.
- Não a nada em meu visor, deve ser impressão. - respondeu Octavios - vamos, temos muito que fazer e a descobrir.
Tão logo que entraram a luz do exterior sumiu dando lugar a uma escuridão que, porém rapidamente deu lugar a pequenos pontos luminosos.
- São algumas variações de seres com luciferase - disse Dayane - as leituras quânticas dizem que são oriundos daqui mesmo.
- Para alguém da CEET até que você conhece muito de biologia - disse Roberts.
- Mas em meu tempo fui bióloga até sabotarem meu avião pra morrer, sendo salva pouco antes pela TEMPUS. - respondeu ela.
- Porque? - perguntou Roberts quando utilizando um visor de visão noturna observava tais criaturas.
- Digamos que descobri algumas coisas na "natureza" que não gostaram muito, anomias talvez originadas deste incidente - respondeu ela - e como tal, quando os fatos não estão a favor deles, alguns tentam "apagar" mas é nossa existência.
Após alguns minutos de caminhada em descida até o local finalmente se depararam, os organismos desconformes que parecia mais uma enorme e única alga terrena que se estendia até as partes de rochas que não se poderia ver. Porém, havia algumas pequenas oscilações como pequenos movimentos em reação a presença deles. Tão logo Dayane colheu algumas amostras do ser e tirou algumas fotos enquanto Octavios preparou a arma metagenica com amostras e leituras da mesma.
- Lançarei os vírus sintéticos. - disse Octavios - eles são biodegradáveis e após a realização da tarefa se desintegram no solo se juntando ao humo.
Tão logo Octavios lançou um pequeno spray sobre o ser que pareceu imediatamente reagir a este se movendo e fazendo rapidamente um pequeno abalo sísmico ocorrer revelando o potencial do ser e os assustando.
- Incrível este ser não? Mesmo que seja um só ser suas partes separadas reagem em concordância como se tivesse algum tipo de Quorum Sensing - disse ela ao notar a amostra se mover - mas é melhor sairmos daqui caso desmorone a caverna.
Assim tão logo subiram a superfície enquanto sucessivos pequenos abalos sísmicos ocorriam tornando-se visível até a vegetação por alvoroçar os pássaros que fugiam em seguida percebendo tal. Rapidamente mandaram um sinal de comunicação pedindo autorização de Teogoras para iniciar uma observação da colônia que ficaria acima deste ser gigante a apenas alguns quilômetros dali, e assim obtiveram uma vez que os sismos deveriam se estender até lá e assim já ser um tipo de interferência negativa com aquele ponto do espaço-tempo.Ao logo de uma hora caminharam se orientando pelo visor e observando as oscilações do ser pelo subterrâneo por uma monitoração que acompanhava os sinais dos nano-robores que se espalhavam por ele, quando a vegetação a frente se moveu e fizeram estes apontar suas armas pensando se tratar de algum animal assustado com o sismo, porém revelando-se ser um homem que saiu correndo como se fugisse de algo. Era um homem bastante conhecido dele no incidente do século XII, Max Milles Zulu, um dos cinco desaparecidos do espaço-tempo que somente depois Roberts e Octavios descobriram!
Rapidamente eles apontaram as armas para o homem que, no entanto, não dando a menor atenção ou surpresa continuou a correr os deixando legitimamente preocupados.
- Eu vou atrás - disse John Roberts recebendo o aceno de consentimento de Octavios.
Tão logo John Roberts começou atravessar a vegetação correndo, porém percebeu que não estava sozinho, mas sem dar atenção a isto prosseguiu até que Zulu chegou à beira de um penhasco e vendo-se sem pra onde correr parou ofegante e virou-se para John Roberts o esperando surgir.
- Receio que vocês chegaram um pouco tarde pra variar, para viajantes temporais atrasos são uma quase contradição, não acha? - disse Max ainda ofegante, porém num tom sarcástico.
- De quem você está fugindo? - perguntou John Roberts lhe apontando a arma.
- A pergunta correta não é de quem, mas sim do que. - respondeu ele levantando as mãos. - Vamos lá, estou desarmado, abaixe a arma.
John Roberts lembando-se de ter sido salvo por ele mesmo que antes fora derrubado pelo mesmo resolveu abaixar a arma mesmo que desconfiado olhando a volta quando Max se aproximou e num movimento súbito lhe tirou a arma e lhe deu um empurrão que o fez cair no chão e em seguida o imobilizou e disse:
- Sabemos que você não é um mero John Doe, mas que também isso não é mais uma mera brincadeira na frente do espelho. - disse Max.
- Afinal quem é você? Porque está fazendo isso? - perguntou Roberts com o rosto no pó do chão.
- Quem sou não importa, mas sim para o que sou. Mas não sou exatamente o vilão, apenas uma pessoa que se viu obrigado a fazer o serviço sujo para evitar o pior. - respondeu ele.
- Você é quem matou o pessoal da colônia? - perguntou Roberts enquanto era amarrado com uma corda que Max tinha escondida. - Maquiavelismo não é exatamente algo novo ou original neste ramo, mas na prática tenho visto apenas criar mais problemas. - prosseguiu Roberts em tom de sarcasmo. - Porém você ainda não explicou o que está acontecendo.
- Receio que não deva. Mas também receio que sua posição é desfavorável a tais piadinhas. - disse o homem misterioso.
Neste momento, mesmo que disfarçadamente John notou em seu pulso esquerdo uma pulseira de nível quântico similar a da TEMPUS, que ao ser identificada por ele, o homem notou, e sorriu dizendo:
- Você é muito perceptivo John, mas infelizmente tento proteger alguns interesses da própria TEMPUS assim como nosso próprio mundo, de algo muito maior que a TEMPUS. Vocês não sabem nem da metade.
- Você não é da TEMPUS. E se sabe mais que eu deve também saber que se me matar terá conseqüências muito ruins sob todos aspectos. - respondeu Roberts.
- Posso ser rude, mas não idiota. - disse ele - Na realidade vim ter contigo, algumas trocas de informações necessárias, protege-lo.
- Depois do que você falou? - perguntou John enquanto - Se quer me proteger, porque me prende e me ameaça?
- Posso fazer-lhe uma pergunta? - falou o homem
- Já que perguntou... - disse ele com sarcasmo.
- Você por acaso sabe há quanto tempo às entidades sombrias neste mundo? - disse ele
- Não, mas talvez tempo suficiente para nos infernizar assim como você. - respondeu Roberts - O que você quer conosco? Roubar nossa carteira e nós estuprar? - disse ele ironizando mesmo que claramente tenso.
- Não sou um ordinário, nem mero trombadinha, mas aqui não lidamos como meros marginais às leis de qualquer governo, mas sim perante as próprias leis do universo físico-temporal - disse ele. - Mas se você prometer se comportar te soltarei logo.
- Para onde você acha que iria, pode falar, tenho todo tempo do mundo. - disse Roberts.
- Parece haver uma corrida para se atingir essa tal de flor de mil pétalas - disse Max - mas não somente de homens, mas outros seres que apenas usam alguns.
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