4 de setembro de 2011

Conto: Enhanced Temporal Experience

Tunguska, 30 de junho de 1908
Os primeiros raios solares emergiam do horizonte junto ao canto dos pássaros diante do ar frio que eram das mediações da Sibéria. As árvores semelhantes as encontradas no Canadá e em clima equatorial demonstravam grande beleza mesmo presente ao clima de frio severo, nas mediações do lago Baikal que parecia como um espelho refletir as nuvens se tornando douradas no pacífico céu enquanto um servo surgia dentre as árvores para beber água criando ondulações.
Eram sete horas e quinze minutos quando porém, algo mais intenso que os raios solares refletiu nas águas límpidas do lado e apareceu a se tornar rapidamente em algo como um sol a cortar os céus como uma bola de fogo o rasgando parecia crescer fazendo com que o servo corresse rapidamente do local sem nada adiantar, o bólido literalmente explodiu criando uma onda de impacto equivalente a uma bomba de 14 megatons, muito mais forte mesmo que a bomba de Hiroshima destruindo 80 milhões de árvores em 2150 quilômetros quadrados com efeitos conseqüentes de abalos sísmicos de cinco graus na escala Richter. A bola de fogo cresceu nos céus tornando-o momentaneamente mais claro do que em qualquer momento do dia consumindo mesmo as sombras que pareciam definhar entre as árvores que se tornaram como carvão em poucos minutos em seu lastro mais próximo.
Assim que levantou ao perceber a intensidade daquela luz, o morador mais próximo, a muitos quilômetros dali ficou simplesmente paralisado diante daquela imagem quando a bola se dissipou. Porém, um forte vento veio a seguir arrastando e dobrando mesmo as árvores e o arremessando a metros de onde se encontrava de pé em frente a sua casa, dando-lhe tempo de apenas a seguir levantar sua cabeça a contemplar aquele estranho espetáculo.
Naquele mesmo momento porém, um homem que se tornou comum conhecido da T.E.M.P.U.S. realizava mais daqueles experimentos, desta vez na torre Wardenclyffe, enquanto seu amigo Robert Peary realizava expedição ao pólo norte. Nikola Tesla, estava treinando seu raio da morte que ao receber tal notícia da explodiu acreditou se tratar do resultado do mesmo.
Daquele lugar, no epicentro do impacto permanecia, porém, estranhamente algumas árvores de pé sem quaisquer galhos quando em seu solo algo estranho parecia haver, a lançar algum tipo de brilho estranho esverdeado enquanto o clarão agora dando lugar às cinzas e a fumaça parecia esconder algo como sombras a correrem pelo solo.

Zona Temporal Neutra de São Paulo
O monitoramento do tempo era sempre realizado de modo simultâneo em três tempos junto as outras ZT´s espalhadas em locais e períodos diferentes naquele tempo do Experimento de ressonância Temporal, quando porém, algo atípico foi detectado simultaneamente em dois tempos diferentes para os presentes da ZT de São Paulo, no Brasil em tempos do colonialismo primitivo ainda presentes. Sentado diante dos monitores cujas telas translúcidas pareciam transmitir dados em Tempo Tridimensional real - como preferiam referir-se - detectavam toda e qualquer ressonância e eco temporal em simultâneo no continuo, ou nem tão continuo...

- Sr.Labvin - chamou o operador ao ver o alarme soando. - creio termos uma anomia saltando na tela!

O homem que com um jaleco branco se levantou e cerrou a visão diante do monitor em seguida reclamando. - preciso fazer outra correção celular nas minhas vistas, acho que é esta resina que está envelhencedo.
Porém, com mais concentração ficou assustado perceber leituras comuns e típicas aos dois incidentes dando outro alarme em seguida, séculos atrás daquele periodo que se encontravam, na Antártida.

- O que que é isso? - exclamou ele - faça leituras mais detalhadas e chamem a equipe de apoio.

Entretanto uma interferência estática temporal surgiu rapidamente entre as estações impedido deles tentar compartilhar aqueles dados com as demais ZT´s.

- Sr.Labvin! Não vai acreditar no que temos aqui! - falou novamente o jovem quando outro adentravam a sala a passos largos.
- Prossiga! - falou Edmund Labvin, aquele homem com cabelos grisalhos e esbelto com certo charme.
- Os sinais são de asteróides com o mesmo tipo de assinatura como se viessem de um só lugar fragmentando, mas rompendo o tempo. E me parece conter exatamente as descrições das pedras que são colocadas em nossos visores de quantum!
- Não acredito nisto! - resmungou Labvin praticamente correndo de volta.
- Não obstante parece carregar os mesmos tipos de entidades de darktrons que a ZT de Londres identificou.
- Aquele Teogoras, estava certo! - resmungou novamente Labvin quando mais dos demais se inclinavam no lugar observando leituras enquanto comentavam-se entre si. - Vamos organizar uma equipe de campo para Tunguska, quero Adalberto Sekanina na equipe de pesquisas avançadas.

Aquele lugar era diferente do ambiente comum da ZT da Antártida após a destruição daquele mesmo lugar mesmo que equipamentos de tecnologias comuns a estes fossem os mesmos, porém, tendo muito mais funcionários Chronologos oriundos daquele períodos de espaço que das demais. E Adalberto Sekanina era um destes, o português vindo nas primeiras caravelas portuguesas mal sabia dos segredos que iria desvendar nos subterrâneos daquele lugar enquanto toda uma cidade crescia na superfície, como se encima ou embaixo importasse se não passado e futuro. Labvin seguiu saindo da sala a passos largos pelo corredor de paredes brancas enquanto outros iam a sentido oposto para sala de onde vinham, quando uma mulher passou por ele lhe parando dizendo.

- Sr.Labvin, creio que acabamos de descobrir o que nos permite viajar no tempo? Como é possível?
- Ainda não sabemos Michele, porém, se estiver interessada em seu primeiro passeio de campo...
- O senhor está organizando uma equipe para o local de impacto? - perguntou a jovem entusiasmada.
- Apenas dentro de 30 minutos esteja na sala de conferências. - responde Labvin saindo quase lhe dando as costas mesmo com o largo sorriso que a morena lhe deu ao saber.

Entretanto ao resolver ir ao banheiro algum ruído lhe chamou a atenção, pensando se tratar de algum Chronologo aspirante que estava se engalfinhando com alguma cadete pelos cantos durante a folga ele fechou sua calça indo em direção ao local onde o material de limpeza se encontrava quando a luz se acendeu com sua presença, suave. Porém, o que este viu lhe deixou confuso e perplexo o fazendo quase gritar por socorro.

- Não grite! - falou a voz de um homem que parecia ter saído de lugar algum se não através das paredes com algum tipo de armadura dourada.
- Recebi instruções para encontrar o líder deste local, como vocês chamam Zona Temporal Neutra. Tenho pouco tempo, se não a pretensa de evocar o Protocolo 37 sob o mando de Apocon Keysotne.

Nisso o alarme de intrusão rapidamente soou no local demonstrando que identificaram algum tipo de sinal atípico no lugar, algo que rompeu a barreira temporal ondular e naturalmente torcendo o quantum.

- É sobre o impacto dos asteróides, estamos os catalogando de Nibiru, um planeta antes do surgimento da Terra de onde vem vossas pedras. Vocês não eram para ter detectado tais entradas atmosféricas, mas creio estarem lidando com algo maior, uma entidade bio-quântica extremamente poderosa.
- O que você quer que façamos? Chame a polícia? a CEET? Se souberem vão me dar ponta pé no traseiro! Você não poderia ter invadido deste modo!
- Há muito mais em jogo do que legislações administrativas! - falou o estranho viajante. – selecione a equipe evocando o Protocolo 37, do qual somente estes farão os relatos que vos encontro no sítio do epicentro em Tunguska, o local e tempo do evento para passar-lhe mais informações.
- Onde exatamente neste local? - falou Labvin nervoso olhando para trás.
- Onde não importa, mais sim quando. Eu te encontrarei!

Ao falar isto, o sujeito virou-se e em seguida acionou algo em seu braço luzindo o fazendo ser bilocados apenas deixando residuais reflexivas, pouco mais que sombras, quando abriram a porta do lugar.

- Sr.Labvin! Como o senhor está! Detectamos aberrações quântico-temporais no lugar! Algo transpassou! - falou Michele com um leitor de quantum em mãos detectando as residuais por onde aquele homem saiu.

Porém, Labvin referiu-se que apenas havia notado algum tipo de flutuação atípica talvez proporcionada pelo campo de isolamento quântico local como uma bolha demonstrando falha, porém, não convenceu os ali presentes quanto mais ao verem que o rastro temporal indicava locomoção ao periodo do evento de Tunguska, como se aquele estranho já tivesse indo a encalço deles antes mesmo de partir.
Porém, Labvin insistiu no nível emergencial da missão imediatamente solicitando o Protocolo 37 de sigilo científico dizendo ter recebido tal notificação pessoal do próprio Apocon, o mentor de toda a T.E.M.P.U.S. e assim foram para a sala de conferência os nomes solicitados.
Edwand Sekanina, era um descendente estrangeiro que se tornou precursor no futuro de estudos de extremófilos sugerindo outras variáveis de formas de vida por componentes pouco conhecidos fora o carbono e a água normalmente ligados a eventos cósmicos como asteróides e um dos descobridores das propriedades incomuns das pedras do Alasca. Como biólogo e geólogo, disciplinas comuns destes no avanço da exobiologia se tornou chave, porém, dos estudos de entidades extratemporais e sua posição relação com tais pedras que agora souberam não se tratar de comuns ao sítio do Alasca.
Quando Sekanina, Labvin e Michele Stoneset se encontravam na sala de conferências a presença de Julio Machado foi requerida como auxiliar de segurança por temores de Labvin pelo viajante misterioso para então finalmente Labvin relatar os acontecimentos de discrepância ocorridos naquele local sob o mando do Protocolo 37. Naturalmente houveram discussões sob em seguir as orientações de tal viajante sem sabe-lo por fatos quem era. Mas temendo a procedência e as implicações ficaram de acordo mediante relatos em continuo por códigos criptográficos quânticamente para a T.E.M.P.U.S. caso algo lhes ocorresse.
Trajando roupas simples com macacões pretos seguiram a sala de embarque tendo seus acessórios rotineiros e o pessoal da base recebendo apenas a instrução de salvarem os registros criptografados recebidos sem tentar abri-los sob o pedido do dito 37, e assim seguiram pelo wormhole aberto e estabilizados as coodernadas para o local do evento de Tunguska, 8 horas após o incidente como os rastros deixados pelo viajante estranho.
Ao surgirem no local completamente devastado do fim de tarde, porém, por estar encoberto de uma espessa nevoa provocada pela fuligem e fumaça esbranquiçada pouco conseguiam enxergar e perceberam ainda que muitas das árvores ainda se encontravam com seus troncos em brasa pela súbita explosão. Não demorou muito a perceberem leituras do mesmo material utilizados por eles em seu visor a poucos metros a adiante e imediatamente para tal ponto chegaram quando notaram um vulto em meio a nevoa.
Temendo que fosse algumas daquelas entidades Labvin fez leituras apontando seu visor percebendo não o eram se não o estranho viajante que havia acabado de chegar naquele instante.

- Congratulações Labvin e vossa equipe por seguir minhas instruções, percebo que se anteciparam. Perdoe-me o modo de abordagem, meu nome é Zeh-hu-Kahn, imperionautas de, ao vosso ver, ressoantes.
- Por tanto agora nos diga o que há neste lugar! - exclamou Edmund Labvin lhe apontando os visores - Todos os dados monitorados tem sido passados diretamente a TEMPUS de modo criptografado, se for alguma cilada saberão.
- Certamente que o não, se o fosse não estaríamos nem nos falando. - ressaltou Zeh-hu-Kahn cruzando os braços.

Realmente a tecnologia para aqueles parecia ser muito mais avançada que o comum gerando algum tipo de campo que facilitasse muito mais a locomoção temporal que o de hábito sem a necessidade de todo um anteparo de localização, orientação e estabilização na rede de wormholes. Porém, nisto interrompeu Sekanina os fazendo olharem para ele que se encontrava agachado sobre uma das pedras cujo brilho era oscilante.

- Incrível a leitura destas pedras, sãos exatamente as mesmas que a nossa! Como é possível o mesmo material colidir com a terra em períodos diferentes?
- Certamente tal vem de Nibiru, terra natal de algumas das entidades bio-quânticas que investigam, estas criaram a explosão, certamente não estamos sozinhos aqui. - falou Zeh-hu-Kahn olhando ao redor e fazendo leituras. - Percebo que somente a jovem entre vocês é a Seth do grupo.
- Como conseguem registrar isso em vosso equipamento? - indagou Labvin de modo curioso - aparentemente não há nada indistinto nestes para conseguir se registrar tal a nível quântico. Ela é uma novata na TEMPUS, recém formada.
- Sutilezas que não descobriram meus caros irmãos temponautas, e de igual modo posso determinar para onde alguns dos extraterrenos aqui presentes se locomoveram pelo espaço e tempo. Tinham de ter trazido alguns Seth mais instruídos.
- Não falem de mim como se não tivesse presente! - reclamou Michele - o fato de ter entrado a pouco não faz de mim inferior.
- Abundans cautela non nocet - falou Zeh-hu-Kahn - Naturalmente que não, porém o caso é por demais severo para maiores explicações, estas entidades se dispersam rápido pelo tempo quando livres.
- Sabemos que poucos danos podem fazer diretamente se não por reação. - ressaltou Edwand Sekanina com uma das pedras em mãos e colocando dentro de um anteparo - atual apenas sobre a caótica induzindo acidentes.
- O azar do mundo - completou Michele. - Porque temos de recolher este material em sigilo para nossa própria gente?
- Porque assim consta-se na linha temporal favorável a Apocon. - Zeh-hu-Kahn.
- Não compreendo. - falou Edmund Labvin
- As sombras de Apocon, são as sobras flutuantes do Tempo, a anomia que tenta anular sua existência em suas sementes, fazendo parte deste evento que liberou entidades sombrias. Chronos está livre, você estão lidando com entidade mais poderosa que toda vossa tecnologia.

Naquele momento porém, Julio Machado gritou por eles estando a poucos metros dali onde as leituras eram mais precisas a procura de quaisquer alterações atípicas. Todos eles viraram-se em direção a este quando seu vulto se tornou visível até o próprio ter a fisionomia reconhecível em meio a nevoa.

- Senhor, leituras atípicas em movimento, parece seguir algum padrão inteligente! - relatou Julio com uma arma em mãos.
- Como disse temos companhia, porém, não parem de colher todo material extratemporal, contenho tais por algum tempo. - falou Zeh-hu-Kahn acenando para Julio - venha comigo!

Rapidamente Edmund Labvin começou a percorrem o local inicialmente colhendo os fragmentos do asteróide a vista deles e posteriormente pelo registro de localização do visor de quantum que naturalmente não era uma mera pulseira de adorno a vaidade.
Quando estes acreditavam estar chegando ao fim da busca de coleta de todo material ruído de tiros diferentes do de Julio soaram pela nevoa entre os troncos de árvores sem poderem ver o que ocorria no local, Edmund acreditou se tratar da arma de Zeh-hu-Kahn em vista que a de Julio era um inibidor de consciência podendo lançar tiros proporcionais de partículas positivas que enfraquecessem entidades de antimatéria.
Não demorou todavia que as dúvidas de Michele, Edmund e Edwald fossem destituídas quando viram surgir da nevoa tanto Julio quanto Zeh-hu-Kahn surgirem correndo desviando-se dos troncos ainda em brasa.

- São muitos! e estão vindo de todos os lados, vamos temos pouco tempo! - falou Zeh-hu-Kahn.

Temerem então profundamente aqueles seres malévolos como se transpirassem o vazio existencial do qual parecia se alimentar convertendo matéria em antimatéria as tragando não tão diferente de um buraco negro a sugar tudo a sua volta. Edmund fechou então caixa com as pedras para que aqueles monstruosos seres não os devorassem e partiram sob o escoro de Zeh-hu-Kahn que em seguida desapareceu os lembrando do que tinham se comprometido.
Ao retornarem na sala de bilocação temporal foram indagados pelo pessoal de base sobre o que tinha ocorrido no local e o que tinham naturalmente recolhido no campo. Porém, foram prontamente não respondidos por Edmund alegando o Protocolo 37. Ao escrever o relatório pensou imediatamente em contatar Apocon Keystone e assim o fez quando lhe perguntou sobre a natureza do incidente e tendo por negativa o fato de seu completo desconhecimento sobre o caso.

- Não faço idéia de que seja este Zeh-hu-Kahn, porém realmente fora estranhos os sinais destes incidentes, mantenha o Protocolo 37 sobre o caso.
- pediu Apocon interessado e mesmo cogitando visitar aquela ZT para acompanhar de perto as investigações do incidente pela equipe seleta.
- Assim que retornei a base houve outra manifestação de impacto atípico nas mediações do litoral do Alasca, no século VII, estamos perplexos e nossos funcionários pedem respostas senhor! - falou Edmund
- A Tempus surgiu como um experimento sobre as teóricas do tempo ondular a pesquisar sobre as ressoantes temporais a explicar diversos fenômenos até então inexplicáveis como alguns tipos de alucinações, previsões proféticas e mesmo alguns casos de fantasmas como residuais temporais, a matéria espelhada espacial. Entretanto ganhou maior ampliação de abrangência com descobertas não previstas e mesmo agora este como você disse ser imperionautas que pode perfeitamente ser ressoante como casos anteriores demonstram. - falou Apocon bastante calmo para Edmund - Lidamos basicamente com a analise da natureza do Tempo e sua interação com o universo, sendo muito mais essencial que se pensava anteriormente pela física clássica, porém, assim como se amplia a percepção e consciências humanas a outro nível de nossos funcionários o mesmo está incumbido para nós podendo ter eventuais interações extratemporais entre nós mesmos justificando a essencialidade do Protocolo 37.
- Realmente não vi nada parecido com isto! - retrucou Edmund - tente conter a CEET, pois realmente não sei como proceder com a papelada com este caso.
- Estarei investigando e retornarei a ti. Confio em sua capacidade de improvisar, desligando.

Apocon desligou seu contato com o futuro tão repentinamente que pareceu mesmo nada ter sanado de dúvidas tendo-se em vista que este jamais ouvira falar do tal imperionautas sei lá das quantas. Entretanto naquele momento adentrou na sala Julio Machado e Michele lhe solicitando permissão para descanso, por stress mental.

- Senhor a natureza do incidente parece realmente ter deixando não somente eu, mas Michele confusos em relação a estes paradoxos. Não sabemos como prosseguir com os relatórios até porque o Protocolo 37 não parece ser tão abrangentes administrativamente, todos estão curiosos e estamos sendo pressionados. O incidente parece algo sem proporção ao contrário do que nos foi ensinado. - falou Julio em quase desabafo.
- Olhe-se no espelho não vendo a si próprio se não como seus próprios atos como se fosse contra ti mesmo para saberes quem és pelo que deseja deste modo. É exatamente deste modo que os fenômenos temporais ondulares ocorrem a consciência não é tão diferente, pois ela apenas reflete. - sugeriu Edmund e lhes concedendo permissão para o restante do dia de folga.

Ao se dirigirem a seus aposentos Michele com seus cabelos castanhos encaracolados tomou um banho tentando se desligar do caso e começando a ver as notícias e "novidades" de quando veio - meados do século XXI - pegou no sono adormecendo quando teve um sonho.
Parecia estar apenas com as roupas leves de linho sobre seu corpo com sua pele fina e sem quaisquer marcas quando em seu tempo parecia estar ao lado de seu então marido indo à frente do espelho para se observar. Notou ela porém que seu reflexo não parecia comum, simetricamente oposto, mas como se estivesse no lado invertido a sua frente o que a deixou tonta quando quase bateu de cabeça no espelho e seu marido Igor Fortes lhe segurou.

- Não vá quebrar o espelho viu? São sete anos de azar! Não tem ainda tantos meses para começar a desmaiar. - falou o homem a fazendo perceber que estava grávida.

Diante daquilo ela despertou assustada enquanto a tela translúcida da TV passava um seriado de seu tempo 'O homem que não sabia dançar', ela tentou se recobrar ajeitando o travesseiro habitual, mas ao lembrar que estava grávida quando a tentaram mata-la começou a chorar.
Pela manhã, Michele procurou o psicólogo local que resolveu pedir para que lhe passasse relatórios detalhados de seus sonhos por temer sofrer princípio de narcose temporal, tendo inclusive monitoramento das ondas cerebrais noturnas.
Ao seguir para o comando local Edmund estava debruçado sobre gráficos de analises dos incidentes fazendo registros de proveniência comum dos asteróides num completo trabalho do que chamam por Cronografia que os levavam a conclusão comum de que aquele viajante estranho realmente estava certo sobre a procedência das pedras, algum lugar anterior a Terra.
O que os deixaram, porém intrigados não foram à conclusão tirada por dados capitalizados de Cronografia pelos rastros de trajetória espaço-temporal dos bólidos em seus diversos graus e tamanhos, se não a presença incomum do que aparentava ser algum outro viajante cujos sinais se diferenciavam daquele chinês que lhes encontraram e mesmo os antecipavam no sítio de Tunguska.

- Como não fomos capazes de detectar antes? - retrucou Edmundo com as mãos na mesa.
- Os sinais são muito sutis e difusos não parece ser por meio de tecnologia comum a nossa. - falou o operador.
- Como a do chinês?
- Não, parece algo de residual comum similar a fenômenos naturais, porém, deixando no lastro o sinal humano.
- Talvez seja tais entidades bio-quanticas afinal o viajante disse que estes tinha transpassado o tempo - sugeriu Edwald
- O tem do sítio é 3:53 minutos após o incidente, condições ainda bastante abióticas para um humano no epicentro não acham? - respondeu perguntando Edmund.
- Talvez mandemos a mesma equipe ao local sob o respaldo do Protocolo 37. As vezes podem ser leituras difusas e por isso mesmo quem sabe algum sobrevivente?
- Os oriundos temporais não podem vê-los, as conseqüentes vocês conhecem. - respondeu Edmund concordando e aparentemente dizendo que não estaria presente na missão desta vez.

Ao saírem da sala Michele entregou o atestado que porém, ela disse estar em condições aptas para serviços de campo, sendo apenas avaliações pisco-temporais, observação por temer-se estar com princípios da Narcose Temporal, e mesmo tendo-se em vista que sendo mulher era comum o pessoal da T.E.M.P.U.S. tomar maiores cuidados, vendo-se que normalmente as condições de trabalho não eram apenas remunerados se não psicologicamente com muitas folgas mediante o stress proporcionado pelo serviço. Porém, Edmund aceitou que esta fosse para o campo novamente. Foi neste momento que surgiu Julio Machado falando para Michele em tom descontraído.

- O que é o que? Está sempre está passando e nunca acaba de passar?
- O tempo, sem sombra de dúvidas! - respondeu ela como se pouco surpreendida estivesse.
- Porque pessoas inteligentes sempre têm o dom de tirar a graça das minhas piadas? - resmungou ele.

Ao receber porém, a noticia que estaria no próximo grupo de campo, Julio que era conhecido pelo bom humor mesmo sendo responsável pela segurança foi com Michele até a sala de brienfing enquanto conversavam pelos corredores sempre movimentados mesmo que aquela ZT fosse menor que a de Londres e mesmo a dos Estado Unidos antes da colonização inglesa.

- Não se há motivo para se mistificar como os primitivos do passado. Tais presunções apenas levaram ao preconceito e as maiores atrocidades que a humanidade passou. Havia certo animal que mesmo quase fora extinto por considerarem que trazia azar. Essa coisa de espelhos de seu sonho, pode ter sido apenas algo psicológico de seu subconsciente por tanto estudar sobre isto. - responde Julio ao ter o sonho dela contado para ele.

Ao entrar na sala somente Edwald Sekanina estava presente do comando, e o briefing curto, por não ser nada complexo seria apenas tentar procurar maiores leituras daquela presença aparamente atípica no local.

- Apesar de estarmos nesta missão sob o mando do Protocolo de Sigilo Científico, o 37, temos trocado informações sobre estes incidentes com as demais ZT´s que nos forneceram dados não somente para poder se determinar a localização de origem dos asteróides porém estranhas relações entre si que infelizmente não pudemos compartilhar em retorno com estes. - falou Edwald sob uma mesa enquanto na tela os gráficos eram exibidos. - Recentemente a Zona Temporal Neutra de Londres teve um estranho incidente de flutuação temporal que levou um certo agente chamado John Octavios a interagir com Nikola Tesla. O interessante é que o mesmo, considera-se responsável pelo incidente de Tunguska enquanto descobrimos que algumas leituras mentais dele demonstram alteração em seu lóbulo temporal a justificar o porque de estranhos sonhos premonitórios e mesmo de tecnologia. Não sabemos o que há de em comum destes casos entre si, porém, estamos investigando. No momento, porém, vocês terão de apenas monitorar o sítio a procura destas assinaturas que vocês vêem no tempográfico. - parou ele mostrando na tela translúcida que mudou. - Perguntas?
- Não senhor. - respondeu Julio com o consentimento de Michele.

Ao embarcarem Michele confessou para Julio que sentia-se nervosa talvez por ser novata e que a última missão simplesmente a bilocação não foi das mais agradáveis. Nada que não se acostumassem com a experiência requerida para seus cargos, disse enfaticamente Julio Machado.
Ao surgirem lá, notaram o mesmo cenário desolado ainda em chamas. Fumaça por todos os lados e troncos caídos parecia não dar margem para qualquer forma de vida subsistir por longo periodo no local, porém, as leituras pareciam ser claras e nítidas ali mesmo com a interferência das pedras: algum humano cujos sinais biométricos conseguiram mesmo identificar seu sexo como masculino a estar naquele sítio a exatos 13 minutos e 53 segundos. Seguiram em direção ao sinal cujo rastro parecia evidentemente ser rastreado por travessia do futuro, 11 de setembro de 2001, direto de Nova York, aparentemente no local e tempo dos atentados do World Trade Center.

- Alguém sabe dizer se Osama Bin Ladden tenha acesso à tecnologia temporal? - perguntou Julio claramente confuso. - Talvez os pilotos terroristas tenham se transportado no momento da colisão! - concluiu ele rindo em tom de sarcasmo.

Porém, naquele momento eles viram algo se mover entre as nuvens de fumaça espessa como um vulto que sentiu a presença deles. Naquele momento Edwald acenou com a cabeça para Julio partir a seu encalço apontando as armas mentais quando tal se vendo encurralado levantou as mãos com sinal de rendição. Era o filho de Designnium que porém, não faziam idéia de quem fosse.

- Não atirem! Foi isso que restou do WTC? Não sei o que ocorreu, estava naquele lugar quando repentinamente aparecia aqui.

Aquele papo realmente não convenceu Julio nem ninguém presente, principalmente porque tal arma mental não somente era capaz de fazer estes emergirem num coma como fazer leituras emocionais e perceberam se tratar e provável mentira, e o fundamental, parecia estar colhendo pedras do sítio. O que fez com que Julio pedisse para que imediatamente as largassem, visivelmente aquele sujeito estava se fantasiado de vítima dos atentados como alguns religiosos no século XXI se travestiam de viajantes temporais para justificar seus atos, digamos, pouco condizente com as legislações temporais da T.E.M.P.U.S., se falar na recém conhecida deles a Bug´s Time cujas características comuns eram aquelas personalidades pouco sociáveis e repletas de preconceito.
Todavia aquele homem não tinha qualquer aparato tecnológico em mãos o que parecia dar alguma veracidade o que ele dizia, e vendo a condição do local não viram outra alternativa se não move-lo para a ZT deles onde o interrogariam e tentariam localizar realmente de quem tempo era oriundo. O homem surgiu na sala de transporte demonstrando o típico sinal de atordoamento sob os olhares de Edmund. Porém, estes logo se recobrou a observar tudo ao entorno, da tecnologia as pessoas e mesmo num breve momento o viram parado diante de um mapa da ZT, quando foi interrompido.

- Precisamos fazer alguns exames e lhes indagar algumas coisas pertinente ao caso. Normalmente apenas recrutamos pessoas com talentos e capacidades próprias a natureza de nosso projeto e experimento, sendo pessoas que na linha temporal comum teriam morrido por sabotagem ou acidente. Este é o primeiro caso do tipo, porém. – falou Edmund. – Comecemos por seu nome.
- Sim, perfeitamente, meu nome é Saul Astrix. – respondeu com certa hesitação a Edmund.
- O que fazia na Torre Norte do World Trade Center? Trabalho? – indagou Edmund ao lado de Michele que tinha recebido treinamento em interrogatórios sob monitoração sem saber para que não ficasse nervoso.
- Era corretor de seguros itinerante. Porque?
Eles sentiram a hesitação do sujeito em responder, pois sabia que certamente todos os dados estaria sendo analisados na linha temporal onde se dizia vir, a procura de registros que demonstrasse que realmente tal homem existia naquele tempo.

- Sou da FedEX seguros, repartição da empresa de entregas.
- Talvez o senhor tenha então confundido as pedras como mercadorias de entrega? – indagou Edmund que apesar do sarcasmo aparente foi feito de modo sério.
- Apenas achei bonito o brilho delas. – falou Saul
- Para alguém deslocado temporal parecia estar bastante confortável. – falou Michele – Talvez queria nos revelar algo, pois como se sabe temos aparatos que analisam mesmo assinaturas temporais genética, por demonstrações de paralelo em mutações recentes com as antigas, e note que interessante que acabamos de receber, seus genes parece ser tão antigo mesmo que com misturas mais recentes, tem algo a dizer sobre isto?
- Tendo-se em vista que a natureza deste encontro não inclui advogados, afinal desconheço qual crime cometi, não saberia nem o que dizer!
- Talvez você esteja aqui para nos estudar deliberadamente, como os bugmans sob a pretensa de nos sabotar e naturalmente nos usurpar. – falou Edmund.
- Quem são estes Bugmans? Algum tipo de inseto humanóide? Tudo isso é estranho para mim gente, é sério – respondeu ele, porém, com claro sinal de mentira.

Naquele momento Edmund Labvin respirou fundo e olhou para Michele em meio ao silêncio deixado pela resposta dele ao verem o sinal de leitura mental. O que os fizeram verdadeiramente o colocar na sala de quarentena até decidirem o que fazer com aquele provável falsário.
Como observavam eles nas pesquisas de ressonâncias temporais, as discrepâncias interagentes mentalmente nunca resultavam em efeitos de consciências sobrepostas ou de conhecimentos que literalmente saltavam temporalmente ao passado sem seu 'mentor', os casos eram das chamadas profecias sempre em tom defensivo com se fosse algum reflexo instinto de mentes mais evoluídas assim por dizer. Passaram-se então dois dias após este, e todo o tipo de baterias de exames genéticos e de assinatura quântica foram realizados a constatarem não se tratar daquele quem dizia, afinal nem ao menos registros temporais foram encontrados no tempo oriundo em que disse este, desconhecendo qualquer Saul em repartição de seguros da FedEx, crendo ser algum replicante que fora mandado para estudados, quando determinaram estar em mãos um caso mais complexo do que imaginara e mesmo que o Protocolo de Sigilo Cientifico concebe-se perante o conhecimento em voga deles que nem mesmo Apocon sobre o mando do mesmo conseguia compreender pedindo o arquivamento até que maiores fatos viessem. Entretanto, subitamente algum alarme soou no local a perceberem se tratar do literal rompimento do isolamento bioquântico do local simplesmente os fazendo entrar me pânico temendo se tratar de algum tipo de assalto. Porém, Edmundo notou que tal vinha da sala de quarentena solicitando toda segurança ao local, e quando lá chegaram Edmund e Michele viram algo dos mais estranhos como se todo o lugar estivesse oscilante como água em sua imagem e viram então Saul desaparecer diante de seus olhos diante de algo que tomava contornos estranhos e humanóides que se virou para eles dizendo.

- Setres, morram!

O alarme ressoava por todo lugar e pareciam saltar em diversos pontos simplesmente fazendo-se ter leituras estranhas em diversos tempos, em especifico dos sítios onde foram atingidos pelos impactos do asteróide.

- O que é isto? Aparentemente algum tipo de força parece agir quase que simultaneamente em vários pontos do tempo! - falou Edwald quase em pânico.
- Provavelmente é Chronos - como disse Edmund.

Nisso notaram a interação de tal provocou flutuações mesmo na ZT de Londres, sendo registrada por eles como anomia em 1876 e fazendo algumas pessoas desaparecerem da superfície.

- Relatório imediato! Nome dos pessoas atingidas pela discrepância temporal, e a integridade de nossa ZT.
- É estranho senhor, aparentemente é como se tivéssemos sido deslocados do tempo original e perdemos contato com as demais ZT´s a algum tipo de linha oscilante, talvez ressoante. - falou Julio perplexo.
- Entre os nomes temos alguns de 1876, senhor.
- Fale.
- Rudolf Fentz, que aparentemente foi bilocado para 1939, porém, temos bloqueios como se... - Edwald interrompeu estranhamente - como se não estivéssemos no tempo onde estávamos.

Enquanto isso no local e tempo onde se encontrava a ZT do Brasil, simplesmente um enorme vácuo existencial deu lugar a um imenso salão vazio tento apenas dois relógios convencionais utilizados como enfeite que haviam desaparecido de dentro do lugar deles, enquanto em meio a Big Apple de 1939 em Nova York um certo Rudolf Fentz saiu perplexo e confuso as ruas quando fora atropelado de súbito por um táxi. A ZT do Brasil da T.E.M.P.U.S. parou em algum lugar que os mesmos desconheciam dando-se a impressão de mesmo estar sendo invadida, quando ao saírem na superfície daquele local sem saberem ainda onde estavam Michele notou um floco de neve cair suavemente até a palma de sua mão que ao próximo revelava fractais cada qual tão original que jamais se repetiam, porém, aquele parecia formar sinal muito familiar a eles, a de uma estrela de oito pontos como quase identicamente a flor do tempo chinesa do Império do Tempo.

Gerson Machado de Avillez – 2011 ® - Todos Direitos Reservados

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