25 de setembro de 2010

Trecho de 'Sleepners'

Sonda espacial Voyager I, Nuvem de Oort, data terrestre 2020
O que ao longe parecia poeira cósmica toma forma inicialmente como grãos e gradualmente como grande pedaços de rochas surgem em contornos sinuosos e irregulares cortando uns sobre os outros em meio a escuridão como se competissem por um lugar em órbita da estrela central do sistema solar.Alguns esféricos o bastante para serem dados como planetas a justificar temores, classificações e desclassificações de planetas como Plutão a mero “entulho” das fronteiras do sistema solar. Alguns de certo pouco visíveis apresentavas a mesma atração típica que os compeliam a dança elíptica em torno do sol, mas algo pouco visível ao longe em nossa pequena bilha azul perdida em angústias, guerras e tristezas inúteis e solitárias na batalha eterna contra nós mesmos.Mas em meio aqui, a milhões de quilómetros de distância de nossa nem sempre benevolente civilização um pedaço de nós cortava lentamente entretais pedras entregue a sua própria sorte até que algum semi-planeta errante o atingisse ou mesmo um cometa do que se tornou aquele lugar como repositório, distante de toda mediocridade, mas não menos solitário. Com uma grande antena que mais lembrava uma vara de pescar e uma espécie de parabólica aquela sonda parecia clamar pedindo passagens aos revoltosos corpos celestes mal resolvidos em formação, Voyager em sua sorrateira e solitária viagem pela primeira vez ansiava por tocar o exterior sideral de nossa galáxia livre do magnetismo atrativo de nosso sol como presas invisíveis que impedia tal de prosseguir sem dificuldades. Mas mesmo antes os cientistas notavam que tal atração parecia exceder sob o controle da mesma tendo oscilações misteriosas em sua velocidade, o que naquele momento parecia se perceber. Num súbito parar a sonda refreou com se algo a coebisse de prosseguir dizendo “daqui não passarás”. Uma pequena luz piscou sob a face do prato-radar como quem clamando por socorro quando algo das sombras surgiu não menos sorrateiro a tomar contornos menos irregulares mas inteligentes. Similar a um hexágono ambulante algumas luzes rapidamente o identificaram num proporção cerca de17 vezes maior que aquela humilde cabana remota do ser humano a um amontuado de lata velha sem sentido de existir, perante o frio colosso desconhecido que surgiu diante dele.A Sonda sentiu-se então estranhamente atraída aquele corpo enquanto suas cameras começaram a registrar tudo que se via e sentida aquele pequeno ser metálico perante o cruel e opressor colosso chegando a algo pouco mais que amontuado de rocha palidamente oval como esboço de planeta. Suas pequenas luzes se tornaram visíveis e logo gases se viu numa espécie de resíduos de atmosfera a se conter em sua superfície patética e irregular como um enorme bloco de gelo que não menos distante diante da inveja e mediocridade de homens profanos ao seu próprio falar e promessas, por meras questões pessoais de auto-grandeza.A velocidade do pequeno corpo inteligente da humanidade cresceu e vertiginosamente correu mesmo que contrariado em direção ao astro das trevas a ser engolido até sumir sendo num pequeno clarão despedido para sempre da humanidade enquanto mandava fotos e sinais para a mesma como se pedisse socorro. Mas lá na superfície de gelo os destroços agonizantes da pobre Voyager revelava seu interior repleto de boas intenções, de uma placa de metal com desenhos de um homem e uma mulher com descrições sobre seu sistema e um belo disco de vinil dourado jazido no chão em meio aos destroços, quando em meio a pálida luz uma sombra surgiu caminhando impiedosa e cruel e parando sobre o disco a contemplou como se com desdém a pisotiando como quem se pisasse em seu conceber Carl Sagan.

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