2 de novembro de 2009

Conto: Conspiradores Nunca dizem adeus - Parte I

Era uma cidade aparentemente como outra qualquer. As pessoas tinham uma rotina, um cotidiano do qual aparentava um lugar comum bem como outras cidades. No entanto, essa cidade era diferente, havia algo como um fantasma que ficava estampado no rosto de cada um habitante, sentia-se algum tipo de medo no olhar das pessoas em relação ao próximo, algo que parecia leva-los a muitas vezes se trancarem dentro de suas casas em determinadas épocas após o trabalho.
Havia um mal que parecia vagar sorrateiramente por cada rua deserta daquela cidade, de sombra em sombra a pular adentrando nem sempre as casas, mas o ímpeto das pessoas as tornando em seres covardes. De perto, então, a cidade ganha contornos perigosos, tristes. Dominic Kaspar, era um jovem típico aquela cidade, de aparência rústica, cabelos crespos completamente rebelados e com dois dentes faltantes em sua boca, era de baixa estatura e curiosamente era um padrão de beleza naquela cidade. Muito respeitado pelos habitantes e os visitantes que ao passarem no posto de gasolina que ele trabalhava a beira de uma interestadual, Dominic parecia ser uma quase celebridade, pois mesmo que a cidade estivesse localizada no meio do nada, todos pareciam conhece-lo, ainda que sendo um simples frentista, pois ele era um grande filosofo e escritor.
No entanto, algo o incomodava juntamente aos demais, um amigo muito estimado por ele simplesmente desapareceu do dia para a noite. Porém, isto não era muito falado entre as pessoas daquele lugar misteriosamente, simplesmente a população todos os meses mudava seu número de habitantes para menor, encolhendo literalmente. Uns chegavam dizer escondidos que se tratava de um caso de abdução por alienígenas.
Desde que ocorrera tal caso Dominic não era mais o mesmo. Ao sair do trabalho ele passou numa barraca para tomar caldo de cana que ele tanto amava. Aproveitando a oportunidade resolveu trocar umas palavras com o homem que fazia o caldo, um astrofísico chamado Octavius, para algumas teorias que Dominic formulava. Após este mostrar alguns cálculos complexos de física quântica este agradeceu e foi quando ia para casa uma pessoa o chamou. Era Deolinda, uma engraxate que era sua vizinha pedindo para espera-lo para ir junto com ela antes de anoitecer. No caminho enquanto ia escurecendo e as luzes dos postes iam se ascendendo uma por uma, seguindo algum tipo de ordem, ela perguntou como ele se sentia após o desaparecimento de seu amigo, afinal ela era PhD em psicologia. Mas sem muito o que dizerem, claramente em seus olhares expunha determinados receios até que ela entrou em sua casa depois de se despedir dele, e a luz do poste enfrente a casa dele se apagou, misteriosamente como muitas vezes ocorria.
Depois de tomar um banho e relaxar, este se sentou para ver Tv antes de dormir como todos os dias fazia após chegar do trabalho, enquanto passava um programa de entrevistas com a escritora Odemira Násser e o cantor Saião Mirta, da rica família Mirta. Dominic pega uma foto em que tirara com seu amigo desaparecido. Muito bonito, alto e moreno, este com seu olhar exalava palavras de tristeza enquanto se escutava as pessoas na Tv debatendo alegremente temas sobre contos filosóficos do livro de Odemira. Quando este então pegou um pequeno papel, onde Octavius, o homem do caldo de cana lhe passou, que ao virar havia alguns números do qual na realidade era um código para Dominic, uma mensagem, que ao decifrar revelou uma pessoa que deveria procurar para saber sobre o seu amigo desaparecido. Era João da Silva...

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