Capítulo 3 - O Zelador
Ao abrir os olhos, o embaçar ia desaparecendo lentamente até os objetos a sua volta começarem a tomar forma e tornando-o capaz de tentar identificar o lugar onde estava, porém era outro recinto, igualmente opulento e enorme, mas vazio. Seus olhos rapidamente correram de um lado a outro sem encontrar ninguém o deixando nervoso até que ao se levantar viu um homem na porta de um elevador, como uma espécie de recepcionista que lia um livro chamado 'Uma Janela Para a Mentira'. Assustando, Dominic lhe perguntou o que lhe acontecera e o homem disse:
- Você apagou, então lhe trouxe até aqui pois não desejava falar com Baron Mirta?
Surpreso por ter conseguido mediante os obstáculos, Dominic presumiu que fora pelo fato de desmaiar e que para não se chamar à atenção fora levado para lá. Baron Mirta era o patriarca da família Mirta presente em todos os lugares, da política, na arte, e até nas religiões, numa espécie de monopólio do qual os colocava numa posição de cobrar impostos mais impostos do povo, por qualquer coisa.
Ao se levantar, o homem do elevador então abriu a porta e apertou a tecla de um dos andares sem que ele visse. Ao entrar e a porta fechar depois de um breve interlúdio sob a trilha sonora de um funk, a porta se abriu revelando uma imensa mesa na frente de uma janela cuja a vista revelava toda a cidade. No meio do enorme sofá vermelho, estava Baron Mirta quase como que se estivesse sendo engolido por ele. Ele então se virou de uma dezena de diversos monitores de onde via todo o movimento não somente da pizzaria, mas da cidade e antes que este dissesse algo ele falou que não poderia dar a resposta de onde estava seu amigo. Novamente surpreso Dominic antes que abrisse a boca, ficava se perguntando como estas pessoas conseguiam saber de tudo antes dele saber, e o principal como sempre um dizia que outro tinha resposta, e quem deveria tê-la de fato. Baron então falou algo que o deixou ainda mais confuso, ele disse que não era quem verdadeiramente governava. Havia um homem próximo a uma usina hidrelétrica que no subterrâneo visava cada habitante e era responsável pelas luzes da cidade. Identificando-o apenas como O Zelador, deveria procura-lo afim de sanar suas dúvidas.
Muito desapontado Dominic saiu do recinto passando por todos no restaurante que em silêncio agora os acompanhavam, era tudo muito mórbido. Ao pegar a rua, por onde ele passava as luzes dos postes apagavam, mas não era azar, era perseguição, ele agora era capaz perfeitamente de entender aquilo. Na central de luz da cidade havia uma enorme sala do qual contia os interruptores de cada poste público da cidade do qual um homem ao anoitecer ia passando por uma escada como daquelas das bibliotecas acendendo tudo, interruptor por interruptor, era O Zelador.
Porém ao lado havia uma outra sala maior, repleta de monitores de câmeras externas e internas onde se acompanhava o movimento de todos da cidade e aqueles que ele não gostava ia até ao relativo interruptor e apagava a luz dos postes onde este passasse. Porém, após Dominic pegar um ônibus desapareceu. Depois de um longo período de silêncio que agonizava O Zelador, ele derrepente escutou o som da campainha. Tomando imenso susto ao localizar a equivalente câmera, ele se deparou com o rosto imenso de Dominic na tela, fazendo este cair da cadeira e perder o óculos fundo de garrafa que ele usava apenas re-encontrado após tatear alguns instantes. Revoltado, este vai até a porta da usina pegando um micro-fone fala que não vai deixa-lo entrar.
Determinado, porém, Dominic jogou seu casaco sobre uma cercada arame sobre o arame farpado do alto e pulou. Nervoso, o Zelador então abriu um painel onde revelava mais algumas câmeras e junto alguns botões, apertou um que fez abrir um buraco no chão que o jogaria diretamente do alto da represa, mas Dominic se esquivou se agarrando num cano que se partiu deixando escapar muita fumaça, mas não antes dele sair da armadilha. Seguindo enquanto o Zelador aos berros dizia que iria mata-lo, acionou uma rede que vindo do chão visava prende-lo, mas esta nem perdo dele passou. Ao alcançar a porta, com um chute ele a abriu, dando tempo apenas do Zelador sair correndo dando uns grunhidos finos e histéricos e deixando um livro que lia no caminho 'O Mágico de Oz'. Tremendo por de trás de um imenso computador que emitia um ruído intermitente e constante, O Zelador disse que os ordinários chegariam logo, logo ali. Perplexo Dominic o agarrou pelo jaleco sujo e o levantando disse que queria saber do amigo dele. Então nervoso o Zelador disse:
- Somente Adrastéia sabe, não brinque com Deus, pois Ela é.
Já sem paciência Dominic falou onde deveria acha-la, e o largando foi até os monitores e num teclado digitou o nome dela enquanto O Zelador se encolhia num canto em pânico. Então piscou na tela a mensagem escrita nível restrito vermelho. Franzindo então a testa Dominic se virou e viu que O Zelador tinha um cartão com este acesso pendurado no jaleco. Arrancando-o passa este no computador e dá um click revelando o lugar, exatamente no prédio onde era a pizzaria.
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