2 de novembro de 2008

Como funciona uma produtorac de filmes – com zelito viana

Fala pessoal.
Estou inaugurando aqui, enfim, meu primeiro Post dividido em duas partes e quero trazer uma reportagem que fiz muito interessante de uma palestra que fui no dia 20 de setembro (faz um tempinho né?!) de minha faculdade, cujo nome do evento era "Jornadas - Mercado de Trabalho" na área de Cinema, Rádio e TV, com o tema: "Como funciona uma produtora de filmes?" ministrada por Zelito Viana, produtor e dono da Mapa Filmes do Brasil Ltda, produtora independente com 44 anos de atuação. Curioso não?! então espero que goste e boa letura!!

No início da palestra, Zelito nos fala que uma produtora, antes de tudo, tem que saber sua vocação. – Há basicamente dois ramos distintos: Uma é ser ligada ao comércio, envolvendo a publicidade, a algo institucional, e a outra, mais lúdica, é o lado de se produzir filmes de longa metragem e documentários. Entre os dois, tem uma coisa relativamente nova, mas que está crescendo muito, que é a Televisão, pois é uma saída para as produtoras independentes, mas TV em um sentido mais amplo, utilizando-se de novos agregadores de conteúdo como Celulares (Iphone e outros smartphones por exemplo), a Internet que juntamente com a TV Digital (HDTV) abre-se um mundo de possibilidades de exibição com um nível de exigência de produção de conteúdo mais alto – nos esclarecendo sobre o direcionamento que uma produtora deve ter.

Existem vários dramas que uma produtora passa. Na visão de Zelito, o maior deles é o produtor manter seu custo fixo, pois na maioria dos casos, as produtoras independentes não têm cacife pra segurar a onda quando não se tem trabalho, tornado-o sazonal, por não ter uma receita garantida, a não ser que a produtora possua um programa de televisão semanal fixo. Portanto, ele sugere investir em contratações como de free-lancers.

Zelito menciona duas figuras para se obter êxito na missão de uma produtora: A primeira figura é a do captador de recursos, que exerce a função de estabelecer contatos com empresas para localizar as pessoas certas para promover os projetos, como também para obtenção de uma renúncia fiscal nos âmbitos Municipal, Estadual e Federal, pois taxas como o ISS, o ICMS e o Imposto de renda possuem isenção. – Esse trabalho de captação exige no mínimo três anos, o que não é brincadeira – ressalta Zelito. A segunda figura é aquela que cuida da parte burocrática para responder aos editais produzidos por empresas como Petrobrás, BNDES, Oi, Itaú, que se lançam na praça para aumentar seus lucros, em que existe a necessidade de se enquadrar nestas regras para obter esse recurso. Ele reforça a importância de se comparecer a eventos para fazer um lobby com as empresas e com o governo. Fazer filmagens fora do âmbito Rio-São Paulo, em sua visão, é melhor, por ter mais empresas para apoiá-lo, para conseguir alimentação, transporte, pedágios, que são itens que pesam no orçamento de um filme, pois no Rio, há dificuldades de se obter locações. No Brasil há também o problema do "Autocusto" dos filmes, portanto há a necessidade de subsídios.

O produtor, numa alusão à época do governo Collor, afirmou que todo tipo de ajuda para auxílio na produção de filmes havia acabado, pois de 100 filmes que eram produzidos, diminuiu-se para dois, portanto o mercado mais favorecido é o mercado das agências de publicidade, por ser mais inflacionado. – O que um fotógrafo ganhava em 1 dia, uma produtora ganharia em 1 semana. Hoje, 60 dias de filmagens são 60 comerciais. Em um comercial preciso de 60 mil reais, pois só em filmagem você gasta três milhões e seiscentos mil reais, que é extremamente irrealista por não ter nenhuma proporção com a quantidade de expectadores que se tem, e com os preços dos ingressos, resultando numa equação que não se fecha, fato que afeta ao mercado do cinema brasileiro, tornando-o um negócio arriscado – alerta Zelito.

Espero que esteja gostando, então acompanhe o segundo Post, pois é muito interessante e não é longo vá lá!!!

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