7 de novembro de 2007

J-Rock no Jornal da Tarde (Estadão)

Anteontem o Hick postou no site da rádio blast sobre uma reportagem do "estadão" falando de j-rock, e como eu não sou nem um pouco bobo vou colar aqui na maior cara de pau a reportagem, claro, pois sou otaku assumido e fervoroso e ouvinte da rádio blast. (parece até que estou declarando algo ruim -_-')

Clique na imagem acima para ampliá-la.

No dia 3 de novembro, o Jornal Estadão publicou uma reportagem abordando como tema principal o rock japonês e todas as suas vertentes comportamentais. A matéria tem tido grande repercussão em todo o Brasil, ao mesmo tempo que tem causado polêmica no que se refere a uma colocação equivocada acerca da definição do Visual Kei.

Leia a reportagem na íntegra:

A invasão do J-Rock

J-rock é simplesmente o rock japonês e todas as suas vertentes comportamentais. Uma característica marcante dos conjuntos é o visual pra lá de exótico. Os músicos tocam vestidos como personagens de desenhos ou colegiais, e carregam na maquiagem. É o visual Kei.

Para Danieli Castro, que pesquisou o movimento de Tóquio em 2006, o visual diferente é uma maneira de diversão, uma manifestação da juventude japonesa.

"O jovem não pode se manifestar como quer quando está no colegial, os alunos sequer podem pintar os cabelos", contou.

O movimento que alia moda e música saiu de um bairro de Tóquio chamado harajuku, nos anos 80 e conquistou boa parte da Europa, Estados Unidos e só agora chega com força por aqui.

O surgimento do j-rock no País se deu a partir dos desenhos japoneses que passavam na televisão,assim como seriados de super-heróis, conhecidos como tokusatsus. Essa foram as grandes influências do grupo de j-rock brasileiro Gaijin Sentai.

Na foto, banda Gaijin Sentai.

Os irmãos Alexandre e Nordan Manz, baixista e vocalista da banda, começaram a fazer versões mais pesadas, com influências de heavy metal para os temas de seriados japoneses como Jaspion, Changeman e Jiraya. "Temos grande influência do metal e crescemos com os desenhos e seriados, juntamos os dois e começamos a banda em 2003", explicou Nordan, que já se acostumou a cantar no idioma oriental.


A banda começou participando em eventos de cultura japonesa no Estado e hoje toca em várias capitais, como Goiânia, Brasília e Belo Horizonte, onde foi realizado o show no dia 28 de outubro, com um público superior a 6 mil pessoas. "Foi emocionante, o pessoal realmente incorpora os personagens dos desenhos e canta junto com agente, chega a arrepiar", garantiu o tecladista da banda, Jefferson Amorim.

Diferente da imagem do rock tradicional, o Gaijin se distancia muito do lema "sexo, drogas e rock’n roll". Os integrantes da banda procuram passar mensagens de fraternidade, paz e amizade, assim como os super-heróis japoneses. Para o vocalista Nordan, a banda é um esquadrão, assim como os heróis japoneses.

As diferenças não param por aí. O Gaijin tem um tipo de público diferente. "Por tocarmos músicas mais antigas como o tema da série National Kid, existe um público mais velho que também gosta muito". Outro diferencial é a utilização de estilos de músicas tradicionais japoneses, como o enka e o minyo, os instrumentos shakunachi (flauta japonesa), shamisen (instrumento de cordas japonês) e o taiko (tambores japoneses), o que atrai a muitas pessoas dacolônia oriental.

A banda lançou dois minicds promocionais independentes e o próximo deve sai no início de 2008;e tem um fã-clube oficial na internet chamado de Gigantes Guerreiros, criado pelos fãs. Um sucesso do grupo é o tema da Animefriends, evento mais popular do País da cultura japonesa realizado na Capital.

Do subúrbio japonês para São Paulo

O rock japonês vem conquistando a Grande São Paulo através de pequenos shows em Osasco e São Bernardo do Campo, além da Capital, como no festival Macabre, realizado no dia 28 de outubro. O organizador do Macabre, Everton Alves, 22 anos é fã desde 2000. "No começo eram apenas uns gatos pingados e hoje o j-rock está mais popular e mais organizado." Para Alves, o crescimento do público se deve as bandas covers, que tocam os sucessos de X Japan, Gazzete e Larc'en Ciel em eventos de anime e fizeram com que os apreciadores desses desenhos japoneses começassem a gostar e conhecer mais essas músicas.

Danieli Castro, de 21 anos passou o ano de 2006 no Japão para pesquisar a origem e a moda do j-rock. Em sua pesquisa, visitou o bairro de harajuku, localizado na cidade de Tóquio. Lá, no final da década de 80 começaram as primeiras manifestações do j-rock. "É um lugar chocante, são costumes muito diferentes, os jovens se vestem como as bandas, usam maquiagem bem pesada e ficam vagando pelo bairro", contou.

O bairro é um dos pontos mais freqüentados por turistas em Tóquio e esses jovens vestidos de maneira exótica posam para as fotos de turistas curiosos.

A pesquisadora acredita que a influência do rock norte-americano dos anos 70, de bandas como o Kiss, aliada a manifestação contra a repressão sofrida pelos estudantes japoneses, que muitas vezes são impedidos pela família de mudar seu visual na escola são fatores determinantes para o desenvolvimento da cultura j-rock.

Danieli também credita a popularidade do rock japonês no Brasil aos eventos de desenho e a divulgação das bandas na internet. "Os j-rockers criaram seu próprio universo, com suas roupas, costumes e gírias".

Expoente do J-Rock toca no Brasil em novembro

Banda de j-rock Charlotte toca em São Paulo
no dia 10 de novembro.

Com visual inspirado no universo estudantil japonês, a banda Charlotte vem pela primeira vez ao Brasil. Fará shows neste sábado ( 10) em São Paulo, na Associação Okinawa, na Liberdade, no Centro, e no domingo ( 11) no Rio, no ginásio do Clube Maxwell, em Andaraí. Ambos com concursos de cosplay (fantasia).

As apresentações estão marcadas para às 19 horas e a banda deve mostrar seu estilo divertido, chamado de Oshare kei, uma vertente do estilo visual kei , com direito a saias e cabelos coloridos. A inspiração no cotidiano estudantil é tão forte, que o site da banda se chama "a escola de Yokohama Charlotte". A banda surgiu há sete anos em Yokohama e é uma das grandes expoentes do estilo no país. No ano passado lançaram o álbum Sharudenashi Blues, com uma grande turnê no Japão.

Os ingressos custam R$25. Segundo a organização, o preço corresponde à meia-entrada para estudantes (o benefício foi estendido para todos). Informações no site www.yamatomusicstation.com.br.

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