11 de novembro de 2010

O Que éstá Acontecendo (Crossovers Tales)

Parecia ser um dia como outro qualquer dentro da prisão, os homens andando em campo aberto de um lado a outro diante de um enorme muro tendo apenas algumas torres de um lado a outro com guardas na guarita armados com longos fuzis. As vozes dos presos se intercalavam num pequeno e baixo tumulto de vozes entrecortadas mutuamente quando repentinamente o ruído crescente de algo como um trator parecia surgir fazendo com que os guardas da guarida se virassem para o lado de fora da prisão e olhassem assustados e falassem ao rádio que algo ocorria. Rapidamente os presos, todos, olharam em direção ao mundo quando um estrondo irrompeu fazendo com que o a camada de concreto e tijolos voassem para todos os lados fazendo surgir um grande buraco na parede que se tornou visível quando a nuvem de poeira se dispersou e sem pensar os presos correram em direção aquele buraco onde se revelou um tanque. Sim, um tanque como daqueles de guerra que roubado por alguém foi jogado contra aquele lugar para abrir aquele enorme buraco.
Um alarme rapidamente soou, e fez com que os guardas corressem de um lado a outro com armas, mas rapidamente outros dois carros pararam soltando homens que do lado de fora atiraram contra os guardas da guarita os fazendo se abaixar para se proteger enquanto os presos fugiam. Entre eles um jovem, um traficante chamado Dedo que rápida e livremente entrou num dos carros e este virou a esquina sumindo. Assim começou mais um dia dentre tantos dias naquele cotidiano dominado por violência.

Ruas vazias e molhadas, as luzes dos postes acessos entre fios entrelaçados de ligações clandestinas. O lugar é inclinado e começa a subir, mas nestes casos quanto mais alto, mais vai aumentando a pobreza, revelando casas no tijolo e em construções cada vez mais irregulares como um amontoado caótico de construções. Em meio ao silêncio deste lugar os primeiros pássaros começam a cantar diante de pontos deste morro revelando um nobre pedaço remanescente da mata atlântica, porém o ronco do motor de um carro irrompe e interrompe tal silêncio, como um caminhão sob a rua constante até vermos que é como um carro forte preto. Chamado popularmente de “caveirão”, é um blindado do CORE, uma divisão da policia civil especializada em incursões nas favelas cariocas e situações de risco, neste caso após a fuga de presos dentre os quais um estaria naquele morro. Temido pelos bandidos e como esperança para os homens da lei, o carro é prenúncio de tiroteio, prenuncio este que se confirma quando as primeiras balas traçantes cortam o céu que ainda se clareava. Mais uma batalha começaria.
Logo atrás deles uma D-20 cheia de policiais armados até os dentes, alguns dos quais usando mascaras por morarem nas redondezas, os soltaram em formação seguindo por ruelas estreitas e escuras, pois nem mesmo o sol havia liberado seus primeiros raios. Um choro de criança se houve, um bebê acordou com os tiros. Um marginal pula o muro diante dos olhos de Daniel, um destes homens da corporação que vestindo preto buscava a cada incursão deixar seu coração em seu lar, com sua mulher. O homem desaparece diante de seus olhos antes mesmo que ele levante o fuzil quando mais dois surgem seguindo o mesmo caminho e estes apontam as armas para cara dele.
Seu corpo gelou tal como a dos marginais, três estranhos que naquele momento sem lados apenas pensavam em sobreviver, porém que por uma fração de segundos com a troca terrível e desesperadas destes sob a fachada de serem durões impassíveis perdurou apenas tempo suficiente para que tiros de trás deles cortassem o lugar atingindo dos traficantes enquanto outro pula o muro e Daniel acessa para ele.
O jovem, não deveria ter nem 20 anos, segue por um corredor enquanto o choro do bebê aumenta, ofegante e desesperado agora se sentiu caçado quando antes era dominante. Chegou ao fim do corredor, um beco sem saída e sons de passos ao fundo, este olha para os lados e apenas vê uma porta que sem pensar a arromba, mas ainda permanecendo trancada este dá um tiro e entra. Uma jovem negra levanta da cama desesperada quando este passa por estes até um senhor que acorda igualmente assusto e apenas vê o jovem cuja bermuda larga e cumprida e um enorme cordão de ouro quebra a janela e pula com o fuzil. Bagulho doido meu irmão! Pensou ele consigo.
Lá fora Daniel e o outro parceiro fazem a varredura do local e estes e Daniel protegem a entrada de seu parceiro Alessandro, este entra sem piedade pela porta arrombada dos que neste local moram, apenas gritando ser da polícia e para se deitarem enquanto ele aponta uma desert Eagle que ele mesmo comprou as suas custas. Porém, chega da janela e nada vê a não ser algo no terraço da casa do lado balançando. Ele foi por ali!
Alessandro segue impassível, saltando quase com a mesma habilidade do bandido tirando-se a botina que pesa demais, olha em volta enquanto vê do outro lado, já sobre um dos terraços, um outro policial a verificar o lugar apontando com seu AR-15 com uma mira, mas nada. O lugar está escuro mesmo que o céu comece a ficar azulado e o mar se torne visível como uma paisagem formidável demais para tal situação. Porém, repentinamente ele houve barulho de água, ele olha em volta e nota que mesmo co a chuva horas antes o terraço já estava praticamente seco, tirando-se uma poça entorno de uma caixa dágua. Alessandro aponta sua brilhosa arma em direção a caixa d'água e nota um pedaço de cano para fora e concluí, por ali ele respira. Sem nem pestanejar ele coloca a mão sobre o cano para impedir a respiração de qualquer pessoa que lá estivesse, permanece assim por alguns minutos até que a tampa da caixa balança e Alessandro largando o cano sorri e se afasta descarregando sua arma sobre a caixa d'água. Diversos filetes e água jorram ganhando o tom avermelhado do sangue do jovem rapaz.
Alessandro então olha para o lado e vê que aquele outro policial o viu, e então o encara nos olhos como quem dissesse, você vai contar o que? Levanta a tampa e pega a arma do bandido, uma 45 enquanto Daniel surge da janela com as armas em punho pergunta o que houve e este apenas mostra a arma como quem dissesse, me defendi.
Outros tiros ocorrem em outro lugar chamando atenção deles quando no rádio ouvem um pedido de socorro, um dos deles está encurralado, correndo Daniel e Alessandro vão até o local onde de trás de um muro vê uma mulher negra que grávida ostenta nas mãos um revolver prateado, mas ela não o vê, fumando um cigarro vê outro homem sair do lugar agachado e Daniel lhe aponta a arma gritando para se deitar no chão, o jovem levanta as mãos e coloca a arma no chão se deitando lentamente, porém, Alessandro chega e lhe desfere um chute no rosto que com o peso da botina faz jorrar o sangue do supercílio do jovem. Daniel grita com ele para que não faz tal, aquela ameaça já havia sido neutralizada.
A Mulher, porém, ao perceber sai correndo por um beco estreito com seu "trabucão" na mão até o outro traficante que havia cercado o policial agachado por de trás de um cano de concreto de mais uma construção começada no período eleitoral e não concluída, mataram o deputado responsável por combater um caso de impunidade.
Ele olhou a volta a ver as luzes dos postes começarem se apagar enquanto pássaros voavam quase como se nada houvesse, o lugar tirando-se tal situação até seria tranqüilo, mas estes ao colocar a cabeça pelo cano rapidamente tiros vieram em sua direção. Ele pega o rádio e grita:

- Daniel! Vem logo!

O som do caveirão surge e atrás dele Daniel e outros mandando bala pra cima dos traficantes, mas Daniel hesita ao ver a grávida. Afinal como poderia ele matar uma mulher que carrega um inocente na barriga? Mas Alessandro não perdoa e manda tiros sobre ela, como se fosse um daqueles alvos de papelão no treinamento do quartel, mas a mulher escapa e faz ele apenas dizer tão sortuna quanto uma barata, e ri.
Daniel o encara sério, pois para Alessandro parecia apenas ser um safári. O homem encurralado com um tiro na perna se arrasta até se pego por dois homens que o retira de dentro do cano de onde se encontra.
O Carro vem junto a outros dois e colocam o homem dentro dele, enquanto outro vê mais um morto ao menos desta vez justificável, mas Alessandro se aproxima do homem que havia o visto no terraço e antes que saíssem do lugar lhe diz em tom de intimidação:

- O que você viu Lucas? O que você viu?!
- Vi apenas mais um amanhecer duvidoso. - respondeu ele.

Os homens entram nos carros e saem quando outros policiais vendo a "barra limpa" chegaram para a perícia fazer o fiapo de trabalho que lhe restava e saíram descendo a ladeira quando o sol já estava pleno sobre as ruas. Antes mesmo que acordassem, aqueles homens do qual alguns com o curto salário seguiram tal profissão contrariados sobrevivendo à violência não muito diferentemente dos próprios traficantes, mas sendo obrigados a verem a corrosão não pela maresia, mas pela miséria e ganância a arrebatar jovens que encurralados moral e socialmente não puderam escolher seu caminho, indo parar no tráfico. Foi apenas mais um dia, dentre tantos no diário daqueles homens num front duma guerrilha urbana praticamente declarada.
No Batalhão, Alessandro, um homem negro e robusto retira o colete e escora a arma enquanto se aproxima para falar com outro homem que lá estava cochichando. Daniel vê, mas cansado mesmo que o dia apenas estivesse começando retira o colete e olha para baixo.

Enquanto isso na favela, um jovem do tráfico se aproxima para o sub-gerente e diz:
- Cana, tentamos prever o bagulho...
- Se liga mané, se não quiser virar um comédia! - respondeu o sub-gerente Cana apontando uma pistola para sua cabeça. Mas nisso um outro entra, desta vez Dedo que havia fugido da prisão e diz.
- Coé Cana, o moleque é responsa, ficava neutro só mesmo tu pra botar nessa parada.
- Vai ficar de caó Dedo? - respondeu Cana - Tamos precisando do reforço no bagulho e vai da pra trás?
- Ai Cana, o moleque só quis se livrar das dívidas nem estava no pernoite, libera porque a dor também ele, Zangão era brother dele. - respondeu Dedo de modo coerente, pois o jovem que cresceu com ele sendo amigo de infância foi sentido por tal.

Dedo, era um homem bom, não gostava de tirar onda com a comunidade desde quando tomaram o morro, mexia com gente estimada e pegava tudo que é mulher do local a força. Por isso alguns do próprio bando notaram que alguns moradores importantes pareciam até mesmo preferir que outra facção depois que foram tirados, mesmo que muitos destes fosse moradores antes queridos como Zangão e o jovem que tomava na cara de Cana, Betinho e Dedo antes de subir. Faziam até mesmo alguma coisa pela comunidade quando se viram obrigados a se virar pra sobreviver entrando pro bando que agora Dedo gerenciava. Porém, Dedo era alvo de quem eles menos pensavam e modo que não sabiam, ele fazia dinheiro para os "cabeça" do tráfico e assim tirava uma grana boa pra si e subiu no conceito da facção. Ficou conhecido por tal apelido depois que a facção rival invadiu a favela e este acabou disfarçadamente servido de olheiro para os seus entregando os comparsas da facção rival, mas que em meio à invasão ainda assim tentaram o matar. O Sujeito tomou vários tiros e foi encontrado empoçado em seu sangue, mas sobreviveu agora mancando duma perna. Por tais motivos Dedo se tornou uma quase lenda no local e costumava pegar todo tipo de mulher, sem falar depois de ter fugido da prisão.
Aquilo lhe fez lembrar uma história de um antigo colega dele que numa fuga assustou um homem que trabalhava num cemitério ao lado da prisão onde estava preso. O homem passou dois anos cavando um túnel para que saísse num terreno baldio do lado, porém, por erros de cálculos acabou inclinando o túnel a um cemitério que durante a noite quando ele e seus companheiros de cela realizaram a fuga, o coveiro local notou um ruído durante uma ronda habitual que ao se aproximar viu a placa de concreto onde estava um morto se mover.
Desesperado este jogou a lanterna para cima do túmulo que para sua surpresa viu um braço sair e em seguida um homem, o preso que havia fugido. O pobre coveiro sem agüentar ao ver tal cena acabou enfartando e morrendo no local, mesmo que os demais presos ao saírem pelo túnel tentaram fazer algo a ele, em vão. Não bastando a fuga o colega de Dedo foi condenado por homicídio culposo...

A noite já havia caído quando, portanto trajes comuns Daniel chegou em seu lar, um apartamento num condomínio da COAB. Subiu lentamente as escadas até o terceiro andar de onde morava. Sua esposa com seu filho de colo, enquanto preparava a comida retratou não mais do que uma típica família do subúrbio carioca, mesmo que poucos soubessem que Daniel na realidade era um policial de elite. Não havia qualquer interesse disto uma vez que até mesmo colocaria sua família em risco diante a ingenuidade de seu filho ante um mundo tão cruel. Depois de tomar um banho com sua mulher, deitou-se onde, porém começou lembrar das dores de um antigo incidente que lhe afetava profundamente como um trauma que por mais que tivesse tentado deixar para trás ainda persistia a retornar como um fantasma do medo da repetição.
Noite em meio a um centro urbano, apesar de não ser tão comum o seqüestro de ônibus tinha muitos precursores anteriores como a do 174 por um jovem que anos atrás havia sobrevivido a outro trauma, o massacre da candelária. Mas os dois homens que prenderam o ônibus desta vez pareciam fugir de algum executor, que em seu desespero fazendo de reféns mulheres e crianças inocentes dentro do coletivo. A tensão se estendeu por toda à noite fazendo com que num ato de desespero não somente a PM intervisse, mas o CORE onde contando com os atiradores de elite do qual ele costumava ser, se posicionou sobre um prédio próximo escondido pelo escuro da noite. O homem viu seu suposto executor em meio a multidão e se apavorou forçando a arma sob a cabeça de uma jovem menor de idade enquanto o outro se abaixou, algo os deixaram profundamente temorosos, mas que fez com o pedido para que Daniel atirasse mudasse radicalmente o desfecho da história. Bastou o movimento de ínfimo de sue polegar enquanto seu olho direito sob a mira telescópica interrompida constantemente pelo suor da tensão bastasse para que o irromper silencioso do projétil varasse o vento num único zunido a atingir a cabeça do malfeitor que tinha a jovem como refém. Entretanto, ao ver tal, o comparsa se levantou e num ato de desespero lançou tiros sobre a multidão. Daniel, não podia se atemorizar, mas sua respiração agora ofegante buscava de sua pequena lente de visão um modo de atingi-lo quando este lançou um único tiro certeiro, se não fosse por ele agarrar uma criança na frente a levantando uma facção de segundos no momento em que ele apertou o gatilho. Meus neurônios poderiam ter sido mais rápidos, me proporcionando um reflexo maior antes que lhe matasse meu dedo apertar o gatilho, pensou ele consigo. Porém, o tiro matou a criança e mesmo que o homem tivesse atirado diante da multidão matando um e ferindo três o clamor veio sobre a corporação tal como ele.
Desde então as imagens da criança tendo sua cabeça impactada pelo tiro, enquanto permaneceu ele impotente após o mesmo a observar seu corpo agora sem vida cair morto enquanto rapidamente suas roupas tornavam-se vermelhas com seu próprio sangue. Tais imagens soavam como um eco torcido da realidade amplificado por suas razões de moralidade que perpetuavam-se como um verdadeiro fantasma em sua mente, a lhe conceder sonhos e pesadelos psicológicos.
Mas um barulho repentino sucedeu repetitivamente como se algo rolasse no chão o despertando. Daniel apenas viu a luz do rádio relógio e acendendo o abajur se aproximou da janela fechada enquanto sua bela mulher dormia tranqüila ao seu lado. Pensou em abrir a janela para identificar o que era tal barulho, mas ao olhar novamente o relógio marcando 4:42 acabou por desistir e deitou-se novamente.

Protestos nas ruas próximas ao morro onde eles invadiram no dia anterior, a população revoltada em parte com alguns erros da atuação da policia somada a pressão do trafico levaram diversos moradores pobres a queimar madeiras, pneus velhos nas saídas da favela como protesto à morte de um suposto inocente. Daniel passa próximo a tais ruas com seu carro usado em direção à corporação apenas assistindo a tal cena sem nada poder fazer.
Mais um dia começa, e ele veste sua farda, coloca seu colete aprova de balas e pega nas armas. Alessandro entra no local e o cumprimenta após vê-lo novamente com aquele homem do dia anterior. Neste momento o superior, Aguinaldo se aproxima e diz o motivo do protesto: a população teria reclamado que alguém da corporação, algum policial teria matado um morador e seqüestrado um traficante, Dedo, que havia fugido dois dias atrás da prisão de modo cinematográfico.
Todos demonstram-se surpresos com tal revelação assim como Alessandro que friamente falou que este deveria ser punido por tal ato, porém, não sabia Daniel o que estava por descobrir sobre aquele seu parceiro.
Constantemente Daniel se via em situações difíceis sobre o que fazer, não era frio como Alessandro, e por isso se apiedava quando via alguém em situação de desvantagem especialmente para um vítima, mas rapidamente mudava sua postura quando seu sangue esquentava por presenciar algum ato igualmente de covardia de algum bandido, e por isso foi colocado ao lado de Alessandro que antes era considerado um homem frio.

Logo eles entraram num dos carros e seguiram para o local onde ocorria o protesto. Enfileirados seguiram pelas ruas onde os homens armados de fuzil para fora das janelas e nas partes traseiras da caçamba dos carros faziam os que passavam observar parando num misto de medo e curiosidade.
Em meio a rua algumas pessoas começavam quebrar vidros e pára-brisa dos carros e ônibus num vandalismo crescente mesmo que parte deste protestasse apenas com cartazes e num unicoro contra a violência, o que contraditoriamente alguns perpetuavam.
Quando os carros adentraram o local alguns se aquietaram, mas outros ocultados pela multidão lançaram pedras e paus sobre o CORE onde diante do choque que já saia de seus carros e um micro ônibus pareceram na realidade pouco se preocupar com a situação saindo calmamente em fila com seus escudos.
Tiros se ouviram e a multidão se dispersou com gritos onde até mesmo crianças pulando sobre a carcaça de um carro estavam foram às últimas a saírem como um desafio às autoridades competentes. O tempo estava fechado, não somente pelo clima de medo e violência crescente que rondava, mas aqueles dias nuvens cinzas pairavam sobre a cidade transcrevendo um clima de tristeza sob o lugar.
Outros tiros foram ouvidos, desta vez do morro onde os bandidos pareciam desafiar os homens da lei e tão logo alguns diziam o porque, seqüestraram Dedo. A rua então ficou rapidamente deserta como se fosse madrugada, mas diante da luz do dia dispersa pelas nuvens no céu. Os soldados então subiram as ruas vazias enquanto viam estabelecimentos sendo fechados quando uma música do Legião Urbana se fez ouvir no local, vindo de um bar cujas portas eram descidas ocultando uma mesa de sinuca.

"Vamos celebrar a estupidez humana, a estupidez de todas as nações, essa corja de covardes assassinos, estrupadores e ladrões. Vamos celebrar a estupidez do povo, da política e da televisão..."

A trilha sonora soou medonha ao passo que animou reflexivamente outros destes companheiros de Daniel que mergulharam numa introspecção sobre o que eles mesmo lá faziam. Estamos seqüestrando os mesmos que seqüestram, para extorquir dinheiro dos próprios criminosos e traficantes que combatemos, pensou Daniel.
Porém, um som cresceu no céu revelando um helicóptero blindado deles que surgiu para dar cobertura e fazer reconhecimento do local quando tiros foram dados contra a aeronave que revidou. Tal situação fez eles lembrarem do helicóptero derrubado pelos traficantes a algum tempo atrás e justificando um blindado...
Mas tão rapidamente os mesmos tiros se ouviram desta vez sobre os soldados que agora correram pelo canto das ruas e entrando nos becos para se defender fazendo formações e sinalizando os seus enquanto recebiam instruções do comando e do helicóptero. As balas cortaram o concreto ao lado de Daniel criando buracos no poste e no muro por onde em seguida ele olhou vendo um destes traficantes com um fuzil semelhante ao dele e então ele sinalizou para Alessandro na direção onde estava por estar em posição melhor que ele, e sem pestanejar atirou derrubando o sujeito imediatamente. Entretanto, tiros vieram de cima, de uma das lajes fazendo Alessandro se jogar no chão quando uns destes bandidos gritaram:

- Solta o nosso, tá ligado? Sabemos que é você!

Daniel olhou sério para o homem que olhou de volta de mesmo modo, mas rastejando em seguida até uma posição melhor atrás de uma pilastra de concreto utilizada para bloquear as ruas quando convinha. Colocou seu fuzil sobre tal e mirou silenciosamente na cabeça de um destes quando outro tiro o antecipou derrubando um dos policiais com um tiro na perna. Vendo a cena, Daniel sinalizou, pois seu parceiro estava agora isolado pelo fogo cerrado fazendo com que rapidamente atirassem de volta enquanto o comandante deu ordem para Daniel ir até eles. Foi então Daniel, abaixado retirando sua pistola e colocando fuzil nas costas até os homens onde os dois agora seguraram pelo ombro o ferido e o carregaram até um ponto seguro. O helicóptero fez uma revoada rasante sobre eles e parando próximo parou com os soldados de fora apontando para os lados lhes dando proteção para que saíssem do local. Assim terminou mais um dia, onde Daniel ao sair e chegar finalmente ao local vomitou num canto só, antes de ir para seu lar...

Enquanto isso, um telefone toca, um celular. Um homem vestido de terno atende, apesar de elegante rapidamente ficou nervoso transpirando mesmo que estivesse frio, com um cavanhaque o sujeito guardou o celular e foi para o carro entrando nele e saindo. Já era noite quando este carro subiu a mesma favela onde algum comercio já havia aberto de volta, quando ao soltar se deparou com um menino armado de fuzil, mas que ao invés de abordado ofensivamente o permitiu passagem até dentro de uma casa, tendo sobre o muro um prato de barro com alguns elementos espetados e ao abrir a porta uma galinha preta morta num outro prato no chão repleto de moscas ao seu redor. Ele viu dois homens sentados numa mesa ao fundo, jogando baralho enquanto era acompanhado pelo menino que mal conseguia segurar o fuzil, o negro vestia camisa, mas o outro um moreno sem camisa sem olhar para o sujeito que entrava disse:

- Estamos com a grana - se agachou então do outro lado da mesa e levantou uma bolsa revelando com a luz do local um pentagrama enorme em seu braço e outros símbolos de umbanda. - Se liga no bagulho Alberto - disse ele - dois nossos vão com você pra pegar esse louco, tá ligado, já tá morto.

O Advogado, que ele era, gelou nas bases com a frieza do homem, mesmo buscou demonstrar o mesmo, mas sem disfarçar que engoliu seco. Alberto foi um homem que acabou desistindo do sistema e acabou se corrompendo para sobreviver e ao abrir a bolsa vendo aquele mote de dinheiro rapidamente viu naquilo como sendo a resposta para todos seus problemas, dinheiro suficiente para fugir do país, daquele caos dominados por todos menos pela lei e pelo governo. Entrou no carro, quando viu mais dois brutamontes armados surgirem por trás dele entrando num outro carro atrás, obviamente deveria ser roubado, pois era um Sienna.
Transpirando Alberto colocou a bolsa ao seu lado, no banco do carona e virou a ignição dando partida no veículo, desceu a rua enquanto via a pequena feira aberta de entorpecentes químicos até pegar a Av.Brasil vendo o veículo logo atrás deles. O telefone tocou novamente, e este viu que era o número do celular roubado que o policial utilizava para contata-la quando repentinamente o transito congestionou por um acidente deixando o Sienna lá no fundo. O horário e local da entrega estava marcado para a troca do homem pelo dinheiro, mas após desligar o telefone ele percebeu que dois caminhões fecharam a visão entre ele e o Sienna os separando mais, quando ele viu uma saída próxima e olhando para a bolsa ao seu lado, transpirando virou-se para o retrovisor e não viu eles olhando novamente para a saída quando acelerando subiu o meio fio observando o retrovisor para saber se era visto e acelerou até saída do local entrando na rua mais próxima com o dinheiro.
Entrou em sua casa rapidamente pegando uma gaiola com seu papagaio, pois morava só, e rapidamente colocando seus pertences rapidamente dentro do carro quando o telefone novamente tocou o fazendo gelar. Eram os homens do tráfico. Alberto não atendeu, mas agora ofegante entrou no carro de qualquer jeito deixando as luzes da casa acessa e acelerando seu Astra usado pelas ruas iluminadas por postes. Enquanto dirigia pegou o celular e ligou para o aeroporto se informando sobre qualquer vôo que saísse do Rio para depois ir para fora do país. Naquele momento já deveria estar no local de encontro...

Escuridão, apenas as luzes do relógio amarelo eram visíveis marcando 2:25 da madrugada quando um ruído surgiu interrompendo o silêncio no local onde estava dormindo Daniel com sua mulher. O mesmo som da noite anterior e que lhe incomodava nos últimos três dias. Daniel colocou as mãos na cabeça e se sentou na cabeça como se tal estivesse lhe provocando dor de cabeça. Se levantou então seguindo até a janela a abriu ainda zonzo de sono e vendo tudo embaçado, mas o suficiente para enxergar lá embaixo na rua um triciclo com um garotinho pedalando, sozinho na madrugada.
Daniel esfregou os olhos assustado com aquilo e olhou em volta sem nada ver. Pensando ser um sonho voltou a se deitar não sem pensar naquilo que acabou de ver, mas tão logo pegou no sono novamente...

No caminho para o aeroporto Alberto se assustava com qualquer carro Sienna cinza que surgisse pelas ruas o fazendo suar frio, pegou a avenida Brasil novamente onde seguiu pela via deserta saindo do subúrbio onde morava até o aeroporto e vendo que o telefone não parava de tocar o desligou. Seguiu ele obstinado com a idéia de fugir do país o quanto antes, sobreviver à loucura daquele lugar onde ninguém era de ninguém e eram de todos menos donos de si próprio.
Porém, a frente notou um ônibus parado a crescer no horizonte onde pessoas pareciam correr no meio da avenida Brasil e rapidamente um carro de ré cresceu sobre ele que ao se desviar subiu no meio fio perdendo o controle e capotando. Um carro ficou atravessado no meio da rua, outros começaram a dar ré pela via paralela enquanto outros contornavam indo pela contramão, um arrastão se formava forçando os motoristas sobreviverem do modo que podiam, fugindo por todos os lados, pelas calçadas e pelo meio fio quando um caminhão surgiu e disparou se ouviram...
Alberto dançou com Astra de um lado a outro, mas se recusou a diminuir acelerando o veículo quando percebeu jovens armados no meio da rua agarrando uma mulher e outro tirando objetos duma sacola. Um destes ao ver o carro se aproximar apontou o fuzil sobre o carro de Alberto vindo para frente do carro sem nada temer o forçando parar, mas desesperado ele acelerou e se abaixou para o banco do carona fechando os olhos e escutando apenas os tiros zunido quando um tranco atingiu o carro. O corpo do jovem armado voou sobre o veículo sendo arremessado longe e fazendo seu revolver saltar quando Alberto todo torto segurou o volante percebendo que o carro perdia a direção e se levantou com o carro sambando na estrada de um lado a outro com os pára-brisas quebrados. Acelerou mais e olhou pelo retrovisor rindo ao ver outros atirando contra ele, mas quando se virou um pilar amarelo de uma passarela surgiu diante dele fazendo o carro bater de frente e então tudo se silenciou e se escureceu...

No dia seguinte Daniel ao sair de casa notou dois homens o observando, assustado pegou o celular, mas os ouviu falando estes se tal não tinham algo com o seqüestro do traficante. Como estes sabiam? Como chegariam eles até Daniel? Tais perguntas martelaram sobre sua cabeça durante o resto do dia no trabalho o fazendo diversas vezes ligar para sua mulher preocupado. Ao sair do trabalho ele viu na Tv sobre o caso do seqüestro, quando o telefone celular tocou era Alessandro com uma voz nervosa como se temesse algo, o homem que se dizia machão e grande torturador, entretanto, não agüentava o mesmo com ele.

- Preciso de ti parceiro. - disse Alessandro.

Daniel coçou a cabeça preocupado com ele e com si próprio, pois mesmo que o sujeito fosse mal já havia lhe salvado algumas vezes e vice-versa, e sobretudo era valente do front de modo sentia-se obrigado de certo modo a fazer algo. Antes mesmo, Daniel ao ouvir o que o bandido disse na favela ficou preocupado, mas nada falou para a corregedoria, na verdade nem chegou comentar com o mesmo como algumas coisas chegaram ocorrer antes em que Daniel irritado acabou por não revelar.
Assim ele seguiu até uma prisão de onde havia fugido Dedo, a interrogar um homossexual que em homenagem a um antigo bandido do Rio recebeu no nome de Madame Satã, por ser tão perverso. O homem maquiado como uma mulher, entretanto era musculoso e tinha um olhar medonho, se recusou falar com ele por ser policial, mas tão logo mudou de idéia quando este tivesse que sabia sobre Dedo que vendo como era importante para os tais resolveu falhar-lhe contrariado. O homem sentou-se numa mesa e levantou o dedo lhe apontando.

- Fica esperto, que gente como a sua não lido. Espero que seja útil o que tem a dizer!
- Não concordo com o que fizeram com o Dedo, pois foi igualmente crime, mas sei onde ele está e creio que podemos-nos sermos úteis mutuamente para resolver tal situação.

O homem ficou calado o olhando como sinal de que estava ouvido o que queria propor, cruzando os braços em seguida como desafio.

- Soltarei Dedo, desde que você não mate Alessandro. - disse Daniel - agindo assim, já estarei errado perante a lei, mas corrigindo outro erro anterior.
- Pouco importa se tá na lei ou não! Solta o Dedo duma vez. - respondeu o homem em tom de desafio e irredutível - pra mim todos vocês tinham que morrer, tá ligado?

Daniel ficou nervoso e por sentir-se intimidado pelo mesmo acabou mudando o tom ao se levantar da cadeira e o pegando pela camisa que por sua vez, empurrou Daniel em seus braços e assim Daniel lhe revidou com um soco no rosto o fazendo sangrar. Rapidamente os guardas vieram e seguraram o homem, mas Daniel fez sinal de que não tinha problema e este apontou o dedo ao preso e disse.

- Vou cumprir o que falei, pois não sou homem de fazer promessas vãs. Mas deixa sua gente longe da minha.

Daniel ao sair visivelmente estressado, entrou no seu humilde carro e seguiu para casa quando o telefone novamente tocou. Alessandro.

- Ai, esta parada pode sujar até eu. - disse Daniel - Mas vou, seguir, pois parece não ter jeito de sair limpo mesmo. Mas que seja a última vez.

Eles marcaram um local par a soltar Dedo que não bastando havia sido torturado por Alessandro, mas Daniel estressado e com a consciência pesada não conseguiu dormir ficando boa parte do tempo sentado na cama acordando até mesmo sua mulher que preocupada lhe perguntou o que tinha ocorrido.
Daniel foi para a sala e ficou sentado no chão, quando já sendo madrugada ele tornou a ouvir o som do triciclo da noite anterior, ele antes emergido em pensamentos próprios se focou no ruído e se levantou abrindo a janela vendo o mesmo garotinho pedalando no triciclo. Olhou fixamente agora estando certo de que não era fruto do cansaço de sua mente, mas sim um fato. Era quase carnaval, e por isso, ocorriam alguns atos inexplicáveis já não bastando o lugar ser surreal, onde mascarados na realidade tiravam as mascaras as colocando para ser o que não podiam sem tais. Daniel pegou sua arma temendo a estranheza da situação, e desceu pelas escadas do prédio até abrir a porta silenciosamente no escuro. Viu então a luz do poste sobre o menino que ao vê-lo sair parou de pedalar e olhou diretamente para ele e sorriu ingenuamente. Daniel escondeu a arma olhando em volta e seguiu pelo canto da calçada quando viu o menino se levantar e sem qualquer roupa sair correndo pelado até virar a esquina.
Um medo profundo tomou Daniel que temendo estar sozinho resolveu voltar, subir e finalmente dormir um pouco, pois no dia seguinte teria muito a resolver.
Mesmo sem mal dormir, Daniel com profundas olheiras se levantou seguindo para o trabalho, mas ao virar a esquina viu carros da policia parado numa pequena loja de televisores e concertos. Ao se aproximar Daniel meio disperso pela insônia perguntou a um destes o que tinha ocorrido e este revelou que estavam por dias serrando as grades do local durante a madrugada para arrombarem tal e roubas tais equipamentos.
Daniel seguiu vendo as nuvens cinzas carregadas de toda tristeza que representava tal local e situação prometendo um temporal na o entardecer, típico de verão. Ele parou para tomar o café num bar enquanto na Tv as mesmas notícias de violência, sangue e miséria se sucediam repetidamente enquanto um rádio baixo tocava uma música de Gabriel Pensador, Palavras perdidas.
Após chegar ao batalhão, arrumou-se e com olhar triste e baixo seguiu para aquele morro apenas vendo-se o igualmente arrependido olhar de seu companheiro. Ao saírem seguiram eles e o sujeito ainda assim fez questão de lhe chamar atenção para saber se estava com ele, e assim o fez. Caminhando ele logo viu molhar pelas primeiras gotas de água que desciam do céu em alta velocidade e de modo rapidamente crescente até que uma quase enxurrada se formou a seu redor. O parceiro dele agora com um olhar sombrio e intempestuoso parecia nutrir em seu íntimo orgulho de seus atos mesmo mediante o agradecimento de Daniel pelo auxílio, mas no fundo, no fundo parecia pouco se importar de estar cometendo os mesmo delitos que o criminoso que seqüestrara. Sabia perfeitamente Daniel que o grande male não eram as drogas, mas sim num curso sobre fatores culturais que a injustiça social provocava, dentre estes muitos como Mv Bill acreditou como ele mesmo disse que para ser alguém deveria ser bandido e essa mentalidade fatalista por meio de sobreviver à truculência fora da lei subsistiam tantos do qual Alessandro parecia nutrir com seus atos a justificar o ódio de alguns contra a polícia, já tão sofrível pelas condições terríveis.
Vendo-se assim não existia muita diferença entre bandidos e polícia, ambos cruéis, impiedosos, torturadores...
Mas Daniel era diferente não admitia ter seu rabo presos como rédeas de cavalo a ser domado por crimes e mãos molhadas, e ali naquele mesmo momento o chuva cerrou e o comércio fechando-se apenas ouviu um ruído baixo duma música do Legião Urbana num bar, Perfeição cujo sarcasmo se tornava perfeito a situação.
Quando em meio a chuva o primeiro tiro irrompeu varando em meio a chuva as gordas gotas de água que caiam em fartura do céu rapidamente a encher as ruas com pequenos riachos que se formavam em meio as ruas como se fossem seus leitos. Mais tiros se ouviram, mas sem se saber de que lado eram, um homem surgiu repentinamente diante de Daniel lhe apontando uma arma e disse.

- Onde está Alessandro? Queremos o Dedo!

Nisto Alessandro surgiu despreparado para a presença do jovem e vendo-se tal antes que pegasse a arma o sujeito lhe deu um tiro e o pegando pela farda lhe perguntou com severidade.
- Mostra onde está o Dedo pra nós soltar ele!

Nisto outro policial surgiu atrás e vendo tal, dois outros bandidos escondidos se revelaram começando um tiroteio, Daniel simplesmente se jogou para trás de um muro em meio a chuva, quando notou que logo acima uma forte corrente que descia do morro se acumulava na parede na frente de Alessandro.
Neste momento o torturador valentão do Alessandro afinou sua voz como se implorasse ao bandido revelando a posição do sujeito, num barraco logo abaixo. Um outro apontou a arma para Daniel o pedindo para levar até lá enquanto o tiroteio comia debaixo de chuva. Quando desceu, abriu a porta e viu-se Dedo amordaçado com as mãos amarradas atrás, nas costas. O sujeito o soltou mesmo vendo as marcas de pancadas sofridas por mero prazer de sadismo de Alessandro, e Dedo se levantou pegando uma arma que o sujeito tinha. Mas neste momento, quando tal pensou em apontar a arma pra Daniel para descarta-lo após ter servido seu propósito para eles, um estrondo soou acima, fazendo descer uma cascata de lama e tijolos morro abaixo carregando Alessandro e outro policial no caminho e indo em direção a eles.
Neste momento os três correm, mas não bastando a enxurrada pega o parceiro de Dedo o arremessando no penhasco sobre outras casas que começaram a ser arrastadas pelo desabamento. Pulando uma sacada, junto com Dedo caíram numa sala onde aquela jovem grávida havia surgido anteriormente. Ela agora diante dos dois, mostrou a arma ao ver Daniel fardado, mas Dedo colocando sua mão sobre a arma esta abaixou, recebendo apenas o aceno de Dedo para que desse tempo a ele de fugir.
Completamente enlameado a chuva se dispersou quando Daniel saiu em meio à lama, caminhando como se pouco se importasse com o tiroteio quando finalmente encontrou seu pelotão a espera enquanto bombeiros se formavam ao redor do recém desabado pedaço de morro. Daniel foi salvo por sua honestidade reconhecida mesmo por aqueles nem sempre tão honestos, mas certamente aquele foi seu último trabalho na polícia, de certo Daniel se retirou.
Mas um dia, como outro qualquer um homem misterioso, mas muito civilizado lhe abordou quando trabalhava numa pequena pousada em Ilha Grande, aberta por ele e sua mulher, como quem nada quisesse, o sujeito porém, logo lhe falou sobre sua vida como poucos sabiam. E lhe lançou um convite, generoso e repleto de boa fé.

- Você conhece a Abin?
Este conto é parte integrante do Livro 'Crossovers Tales' de Gerson Avillez
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